Prazer e honra: 30 anos presente, participando e contando a história de Sete Lagoas e região

10/12/21 - 17:06

A cidade começava mudar e o jornal anunciava em outdoor que ele próprio era uma da dessas mudanças
A cidade começava mudar e o jornal anunciava em outdoor que ele próprio era uma da dessas mudanças

Esta é uma edição de agradecimento a todos que nos ajudaram a chegar a esta marca, de 30 anos de circulação ininterrupta, toda semana em Sete Lagoas e região. Em especial a você, leitor, razão da nossa existência. Aos anunciantes, de todos os perfis, tamanhos e lugares. Aos colaboradores e funcionários, atuais e passados; os da escrita, das imagens, do comercial, das contas a pagar e a receber, da entrega dos exemplares, da prestação de serviços em geral e do dia a dia da sede, dos vários endereços em que já estivemos. Lembrando sempre dos que já não estão mais entre nós e que foram tão importantes para nós. Gratidão eterna!

Muita gente apostava que não duraríamos três meses, e chegamos aos TRINTA ANOS.

Uma das expressões mais usadas pela imprensa nacional neste momento é “terceira via”, para se referir à possibilidade de um nome alternativo à Lula e Bolsonaro na disputa presidencial do ano que vem. No início de 1991 o Júlio de Assis usou essa mesma expressão para me convencer que Sete Lagoas estava em condições de ter um jornal fora da polarização política local, já que os dois jornais existentes tinham posições bem distintas, como oposição e situação. Eram o Boca do Povo e o Hoje. Trabalhávamos em veículos de Belo Horizonte. Eu na TV Bandeirantes e ele no jornal Hoje em Dia. Depois de muita conversa, aqui e em Beagá, iniciamos a montagem do projeto, fomos atrás de potenciais colaboradores e na última semana de novembro a primeira edição estava nas bancas. O nome, SETE DIAS, foi inspirado numa coluna de variedades que existia no Jornal do Brasil e na própria cidade, onde tanta coisa pega emprestado um pedaço do seu nome: é “Sete” isso, “Sete” aquilo, isso e aquilo “Sete”.

A ideia de circular às sextas-feiras, foi para prestar mais um serviço aos leitores, que poderiam se programar para o que fazer nos fins de semana, na cidade e região, já que daríamos dicas de eventos, festas, cinema, enfim. Inclusive o “Plantão de Farmácia”, já que nos fins de semana apenas duas farmácias ficavam abertas para o atendimento ao público. O setor tinha uma tabela de revezamento anual. As farmácias e seus respectivos donos e farmacêuticos não eram muitos, e todos locais. Quanta diferença neste segmento, 30 anos depois, não é?

Optamos inicialmente pelo formato tablóide, inspirados no tamanho e diagramação do “Libèration” de Paris, fundado em 1973. Era a única reclamação que o novo semanário da cidade recebia, pois na opinião de grande parte dos leitores parecia “jornalzinho de colégio”. Fomos sensíveis às críticas e um ano depois mudamos para o formato standard, mesmo tamanho dos tradicionais jornais locais, de Minas e do Brasil. Mas anos depois, voltamos ao “quase” tablóide, o berliner, desenvolvido na Alemanha, não tão grande quanto o standard nem tão pequeno quanto o tablóide; bem mais confortável para a leitura. Grande parte dos maiores jornais do mundo também adotou este formato e o público gostou.

Aliás, sempre fomos abertos a críticas e sugestões e, certamente, essa interação com os leitores foi o que garantiu a nossa credibilidade e longevidade. Editorialmente adotamos a postura de centro desde o início e assim permanecemos. Abrimos espaços para todas as linhas de pensamento, todo tipo de assunto e incentivamos o debate, cultivando o contraditório e a pluralidade de opiniões. Uma fórmula que deu deu certo, sempre respeitando os concorrentes, cada um com a sua característica e com quem sempre tivemos ótimo relacionamento, sejam os jornais, revistas, rádios e demais veículos de comunicação da cidade e região.

Comercialmente as dificuldades sempre foram enormes, não só pela falta de anunciantes de peso de Sete Lagoas, mas também por causa da gangorra financeira que é o Brasil. A cotação do dólar está diretamente ligada ao preço do papel e por consequência da gráfica. A chegada da internet tornou as coisas para os veículos impressos mais difíceis ainda. Felizmente fomos pioneiros por aqui na inserção no setor, com o www.setedias.com.br . Posteriormente vieram as outras mídias digitais, como Twitter, Instagram, Facebook, e lá fomos nós, também.

A única coisa que não mudamos até hoje foi o nosso compromisso com o leitor e a cidadania. Abrimos espaços para as versões de cada lado da notícia, sem abrir mão da nossa opinião.

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