Doença de subdesenvolvidos... lixo... lote vago ...

O título deste editorial é de um assinante, colaborador do SETE DIAS, a respeito dessa onda absurda de dengue e chinkungunya pela qual quase todo o país está passando, Minas Gerais em destaque, Sete Lagoas e região também, lamentavelmente. A situação é muito mais grave do que todos imaginamos, com mortes registradas tanto por dengue quanto por chinkungunya, aqui e na vizinhança.

23/02/24 - 13:00

Segundo o historiador Rodrigo Cesar da Silva Magalhães (autor do livro Erradicação do Aedes aegypti: febre amarela, Fred Soper e saúde pública nas Américas (1918-1968), o Brasil já tinha histórico consolidado no controle do Aedes aegypti, o mosquito que também era vetor da Febre Amarela, desde a década de 1930: “... As medidas incluíam a eliminação de focos, a extinção de depósitos de água parada e até mesmo o uso de peixes larvicidas. A população era obrigada por lei a proteger recipientes como caixas d’água...”

Ou seja, a irresponsabilidade dos governantes e legisladores na condução das políticas públicas fez com que retrocedêssemos e voltássemos a um problema resolvido no início do Século passado.

De acordo com o mesmo pesquisador, “... Entre as décadas de 1960 e 1970, ele (mosquito) voltou a ser registrado em todas as principais metrópoles brasileiras. O cenário foi impulsionado pelo crescimento desordenado de áreas urbanas, que amplificou as consequências da falta de saneamento básico, coleta de lixo, esgoto e água tratada...”

E o quadro não é nada animador, quando nos deparamos com os números oficiais do Ministério do Desenvolvimento Regional - Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento – Snis – (Agência Brasil - 17/12/2021), que reúne informações fornecidas pelos municípios sobre a prestação de serviços de água e esgotos; gestão de resíduos sólidos urbanos e drenagem e manejo da água das chuvas: “com base nos indicadores fornecidos por 4.744 das 5.570 prefeituras existentes no país, técnicos do ministério estimam que quase metade da população abrangida pelo sistema não tem acesso a redes de esgoto. Isso significa que, de um total de 208,7 milhões de brasileiros, 94,1 milhões não dispõem do serviço...”

Sendo assim, cuidemo-nos e torçamos para que mais medidas paliativas sejam tomadas urgentemente para diminuição dos danos e mortes. Torcendo para que nenhum mosquito desses contamine nosso sangue!

Créditos: revistapesquisa.fapesp.br

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