Sete Dias Indica

Manifest, quarta temporada: a mais consistente e madura

A série pode ser vista na Netflix

22/12/22 - 16:30

Por Sétima Arte

imagempor Wellberty Hollyvier D’Beckher
Formado em artes cênicas pela UFMG, pela faculdade do Rio de Janeiro em crítica e análise de filmes, além de cinéfilo desde os 10 anos de idade

 

Quando a primeira temporada de Manifest estreou em setembro de 2018, causou um certo furor pela temática nada convencional, um avião fica cinco anos desaparecido, e pousa apenas duas horas depois de ter decolado para os passageiros. Porém, para todo resto do mundo, se passaram cinco anos, mas para os passageiros duas horas.

E não para por aí: os passageiros, começaram a ouvir vozes e terem visões, que eles deram o nome de chamado, eles tinham que resolver coisas e salvar vidas a partir do chamado. Mas foi um primeiro ano que parecia um prologo para segunda temporada, e ela veio sem muitas novidades, as situações eram quase as mesmas do primeiro ano, faltou originalidade e personalidade a série, aí veio o terceiro ano, e tudo mudou, a série ganhou um tempero a mais, várias reviravoltas, uma história eletrizante e episódios mais e mais envolventes, tudo parecia perfeito demais para ser verdade, e era, Manifest foi cancelada pela NBC.

Em 14 de junho de 2021 a NBC cancelou a série após três temporadas, estava previsto originalmente pelo seu criador Jeff Rake seis temporadas, os atores se despediram da série, a equipe técnica também, mas o público queria mais, e clamaram a Netflix para resgatarem a série, assim como ela tinha feito com algumas de outras emissoras, como Lucifer (Fox) La Casa de Papel (Antena 3) e Black Mirror (Channel 4), relutante no início, a gigante do streaming pensou melhor e ainda em 2021 comprou os direitos da série e anunciou que faria uma quarta e última temporada, explicando todos os grandes mistérios da série, ao todo serão 20 episódios, os dez primeiros estrearam no último dia 04 de novembro.

A série se mostrou digna de ser resgatada pela Netflix, ela veio com mais gás, varias perguntas foram respondidas e outras novas criadas, os chamados agora vieram diferentes, mais compreensíveis para o público, que decifravam junto com os personagens, e vieram em maior quantidade, e de mais pessoas. A necessidade de condensar as três temporadas que a série teria em apenas uma, fez com que não houvesse tempo a perder, e muita coisa acontece, e o melhor, bem fluido e orgânico, justamente por ser o ano final, a dinâmica mudou, os chamados agora aproximam as resoluções dos tantos segredos que a série levantou, os protagonistas aumentaram e personagens pouco explorado nos três primeiros anos ganharam destaque.

Bem Stone (Joshua Dallas) está devastado com a morte da esposa e o sumiço da filha Eden sequestrada por Angelina (Holly Taylor), que ganha mais destaque e status de vilã, Cal (ty Doran) agora cinco anos mais velho, faz o que pode para ajudar a salvar o bote (os passageiros da data limitem da morte em 2024) e ajudar o pai. A série usa o recurso do flashback para não entregar tudo mastigado para o público, algumas vezes somos pegos de surpresa por um personagem ou uma situação, e ficamos sem entender, porque agiram assim, ou porque tal situação tão fora do contexto aconteceu, e um flashback explica tudo de maneira convincente.

Angelina faz um estrago grande dentro da série, o escopo da personagem é um dos grandes méritos desta quarta temporada, e seus aliados improváveis, a reação da ação de alguns é muito interessante, algumas mortes que chocam, mas que, porém, são plausíveis, engradecem a narrativa, e decimo e último episodio desta primeira parte, deixa na gente um gosto de quero mais, faz a gente ficar ansioso pela segunda parte.

A série pode ser vista na Netflix, nota da primeira parte da quarta temporada 9/10
 

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