A letra da música era uma ironia do autor ao contexto do país daquela época com o proselitismo político e manipulação da história. Nos lembramos dela ao ler, ver e ouvir em todos os meios de comunicação possíveis a principal manchete da semana: “PT e PL tentam cassar Sérgio Moro”. O quê? Quer dizer que agora temos o “bolsopetismo”?
Nos lembramos também do saudoso deputado federal Renato Azeredo (MDB), que em determinado momento de crise partidária e indefinição de candidaturas a prefeito de Sete Lagoas nos anos 1970,soltou essa: "As coisas estão mudadas: vaca não está reconhecendo bezerro; bezerro não está reconhecendo vaca!".
Na sequência, outra manchete: “Após se unirem, PT e PL preparam briga por cadeira de Moro”. E a notícia: “Depois de se juntarem para buscar a cassação do senador Sérgio Moro (União-PR), o PT, do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e o PL, do ex-presidente Jair Bolsonaro, agora se preparam para uma eventual briga pela cadeira do senador. O Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR) começa a julgar nesta segunda-feira, 1º, as ações patrocinadas pelos dois partidos contra a chapa do ex-juiz da Operação Lava Jato”.
É a velha briga pelo poder e a defesa dos interesses inconfessáveis, em que até inimigos se unem para se dar bem. No caso, perseguição ao juiz que ousou enfrentar corruptos e corruptores do país. E como não há virgem em puteiro, incomodou políticos de todos os lados e empresários que fazem qualquer negócio para encher o bolso de dinheiro.
A polarização da política brasileira é altamente interessante para esse tipo de ser humano. E pelo andar da carruagem, pelos novos tempos e práticas que o país e o mundo estão passando, a tendência é que as eleições municipais deste ano sejam contaminadas por este estilo de se fazer política.
O mês de abril é importante no calendário eleitoral para a definição de filiações partidárias, e as primeiras movimentações que estamos assistindo em Sete Lagoas e região mostram isso.
Foto: Elma/Girolando/divulgação