Coluna Espírita

Um só Deus e pai de todos

10/03/24 - 07:00

Por Aloísio Vander


    Ao longo do tempo, a ideia de Deus evoluiu do politeísmo, do panteísmo, do antropomorfismo, do Deus perverso, ciumento e vingativo ao Deus paternal, solícito e amoroso, apresentado por Jesus nos Evangelhos.
    Outro ponto pacífico e consolidado em “O Novo Testamento” é o de que Jesus não é Deus.
    Jesus fazia distinção entre ele e o Pai: “Todas as coisas me foram entregues por meu Pai”. Essa afirmativa nos dá a entender a superioridade do Pai em relação a ele. 
No sermão profético assevera sobre as coisas que adviriam: “Daquele dia e hora, porém, ninguém sabe, nem os anjos do céu, nem o Filho, senão só o Pai”. 
Quando ele diz: “Eu e o Pai somos um”, está falando da sua comunhão de pensamentos e sentimentos com o Criador e sua entrega total à execução de Seus desígnios. E quando ele diz: “quem me vê a mim, vê aquele que me enviou”, entende-se que ele está se colocando na condição de embaixador de Deus para a Humanidade terrestre. 
Na sua resposta ao mancebo rico, que o chama de “Bom Mestre”, não podia ser mais explícito: “Por que me chamas bom? Não há bom senão um só que é Deus”. E para que não pairassem dúvidas, já prevendo a confusão que se faria a esse respeito, no futuro, registrou: “o Pai é maior do que eu”.


    Os apóstolos não entendiam que Jesus pudesse ser Deus. Mesmo porque eram judeus e só acreditavam no Deus único, conforme a expressão de Paulo: “para nós há um só Deus, o Pai”. E torna a repeti-lo: “um só Deus e Pai de todos”.
Pedro, em um discurso, apresenta Jesus como homem: “Varões israelitas, escutai estas palavras: A Jesus, o nazareno, varão aprovado por Deus...”. No mesmo discurso ele fala dos títulos siderais do Mestre: “Saiba pois com certeza toda a casa de Israel que a esse mesmo Jesus, a quem vós crucificastes, Deus o fez Senhor e Cristo”. Na sequência, Pedro confirma o Deus dos judeus e apresenta Jesus como seu servo: “O Deus de Abraão, de Isaque e de Jacó, o Deus de nossos pais, glorificou seu Servo Jesus”.
    Que o leitor amigo, despindo-se de possíveis ideias preconcebidas, reflita e tire suas conclusões.

Aloísio Vander