Coluna Espírita

A causa de Jesus

17/03/24 - 07:00

Por Aloísio Vander

    Desde a mais remota Antiguidade o homem tem se ocupado em encontrar os meios de alcançar a felicidade. Diversas correntes de pensamento desenvolveram teses sobre esse assunto, ao longo de, pelo menos, dois mil e quinhentos anos.
    O sábio grego Epicuro dizia que a chave para abrir a porta da felicidade estava na sabedoria. Os hedonistas, por sua vez, diziam encontrar a felicidade nos gozos materiais. Diógenes, filósofo contemporâneo de Alexandre da Macedônia, dizia que a infelicidade, tem origem na escravidão às convenções sociais e no apego aos bens materiais. No Oriente, Buda ensinava que a felicidade estava na anulação dos desejos. Para os estóicos, discípulos de Zenão, a felicidade estava no aniquilamento da afetividade e da emotividade, por serem estas as causadoras da dor.


    Para a Doutrina Espírita, a felicidade é um galardão destinado a todos. A questão é que ela não vem a nós senão com muito esforço. Por isso, a exortação de Jesus aos sofredores: “Bem-aventurados sois vós, quando vos injuriarem e perseguiram e, mentindo, disserem todo mal contra vós por minha causa. Alegrai-vos e exultai, porque é grande o vosso galardão nos céus.”
    Um detalhe que não podemos perder de vista é aquele quando ele diz: “por minha causa”. E a causa de Jesus foi resumida por ele mesmo assim: “Um novo mandamento vos dou: que vos ameis uns aos outros; assim como eu vos amei a vós, que também vós vos ameis uns aos outros.”
    A postura amorosa não garante felicidade plena na Terra porque a felicidade sem mescla não é deste mundo. A felicidade na Terra, mesmo quando legítima, é passageira, pela própria condição mesma do planeta.
    Infelizmente, o homem procura a felicidade na posse de coisas materiais, na fama, no poder financeiro e político. No entanto, na prática, a obtenção dessas condições materiais não o livra das angústias por que passam os excluídos. Muitos, após alcançarem o cume do sucesso na Terra, descambam na droga, na loucura...
Isso tudo nos leva a reconhecer, reverentes, a excelsa sabedoria de Jesus ao pronunciar as Bem-aventuranças.

Aloísio Vander