A parreira de uvas revestiu-se em verde e cobriu-se em cachos. Sinais bons.
Nestes dias, as nossas ruas e redes sociais revestem com fotos e números de inúmeros candidatos as eleições municipais, num colorido do temor à esperança. O folhetim é o mesmo: periferias, obras, pastelarias e foto. O pobre é visível no risível. E, 457 suam no mote da “renovação”. Eleitos e empossados, felizes os pobres, pois estarão nos céus.
No país vizinho o padrasto perdeu o humor! Democracia é arte da alegria participativa.
A razão eclipsou, dança as vacinas. Todo dia morre gente, são números de morte. Não choramos. Só herança, se for idoso. Tem fogo da Amazônia à serra do cipó. André do Rap solto e estupro é culposo. Mangue e restinga tem melhor sorte no STF do que indígenas e quilombolas.
O Papa Francisco tem causado encantos e arrepios ao falar dos homossexuais e do seu direito de amar, de forma muito humana como pessoas normais do século XXI. Vozes se levantam e dizem: não foi isso que ele falou. Francisco, não disse nada. A parreira em verde cacheou.
A VIDA É MISSÃO e “Estende a sua mão ao Pobre” Eclo (7,32), eis-me aqui, envia-me (Is 6,8). São toques preciosíssimos neste tempo de acolher e cuidar. No dia 15/11 é o Mundial dos Pobres a “Estender sua mão ao Pobre.
Partilhamos os relatos de Irmã Patrícia, chilena, das Mercedárias da Caridade; do padre José Mário, da arquidiocese de São Paulo, que viveu com os Migrantes dos EUA e Flávio de Melo, aposentado do BB, que morou no Amazonas.
A irmã Patrícia viveu e experienciou a gratuidade da vida no Paraguai. Chocou-se ao ver a miséria e que pessoas morriam sozinhas, estendeu a mão no amparo e consolação. Deixou o seu coração no Moçambique na luta contra a fome e no esperançar a vida. Na fome deles ao deu o prato. Passou fome. Pergunta: para que estou aqui?
O padre José Mario experimentou junto aos migrantes brasileiros, nos EUA, todos entraves da terra distante: raízes, língua, sonhos e emoções na dura realidade. Destaca-se o seu movimento de vir ao Brasil, trazer as cinzas de um defunto e consolo aos familiares. Hoje, no Tatuapé, é o cantineiro dos sem almoço.
Flávio de Melo, no Amazonas, sentiu a dureza da vida dos ribeirinhos e Indígenas. Afligiu-se com a exploração dos indígenas e o uso de álcool.
Missão não é só partir, mas estar com, no estender as mãos, no gesto de proximidade, solidariedade e amor.
Warlem Dias