Coluna Católica

21 de abril e a rebeldia do Ressuscitado

25/04/24 - 23:06

Por Padre Evandro Bastos

Neste 4º domingo da Páscoa, dia de celebração da vitória de Cristo sobre a morte, também vamos recordar e celebrar a Inconfidência Mineira. Na escola, aprendemos sobre a força deste movimento republicano que fortalece todo o povo brasileiro na luta contra o modelo de dominação portuguesa sobre a colônia. A Conjuração Mineira era uma grave rebeldia. Revoltar-se contra a política fiscal praticada por Portugal que levava toda nossa riqueza, era considerado uma infidelidade, uma falta de lealdade à confidencialidade, à confiança dedicada às lideranças locais.

Muito bom saber que, em outros tempos, nossas lideranças foram capazes de se rebelarem contra a exploração sobre o povo. Deram a vida numa coragem exemplar que fazia crescer as ideias, reflexões e movimentação por grandes conquistas e transformações. A proposta é libertadora! Muito parecido com o movimento de Jesus, Aquele rebelde que foi morto na cruz em função do descumprimento das regras políticas e religiosas de sua época. A diferença está na fidelidade e na essência reveladora do segredo.

Um inconfidente revelava o segredo da coroa e era desleal. O Ressuscitado revela o amor de Deus para a humanidade e mantem-se fiel à missão, convocando ainda, que sejamos fieis neste mesmo propósito. Essa radical diferença é ainda marcada pelo interesse da elite que desejando poder sendo infiel à coroa portuguesa para depois continuar uma república de interesses e exploração. O movimento de Jesus, diferentemente, cresce em pequenas comunidades sem exclusão, com acolhimento, justiça, partilha e transformação pela garantia da dignidade para todos.

Em muitas situações nossa rebeldia pode ser revolucionária, mas, reveladora de interesses particulares. Aqui é necessário estarmos atentos como seguidores do Ressuscitado: nossas rebeldias são fiéis às causas do Reino na ação que garante dignidade integral para a pessoa, ou somos os “revolucionários interesseiros” para garantir poder e reconhecimento? 

 

 

Padre Evandro Bastos

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