Rendição aos bandidos

02/02/24 - 12:30

Torcida única: “celebração” da incompetência, omissão e falência das autoridades e clubes.

Trecho de nota no twitter oficial Atlético: “Galo e Cruzeiro celebraram acordo para que haja torcida única nos clássicos das temporadas 2024 e 2025, válidos pelas competições organizadas pela Federação Mineira de Futebol e Confederação Brasileira de Futebol…”

Significado da palavra celebrar: “promover; fazer uma solenidade; produzir uma festividade de teor pomposo: celebrar um contrato, uma empresa. Comemorar; exaltar algo ou alguém; receber de modo festivo: o povo celebrou as eleições democráticas…”

Além do redator semialfabetizado, isso pode ser chamado também de rendição aos marginais que infernizam o futebol, falência das autoridades públicas que aceitam um absurdo desses, sem nenhuma contestação de Ministério Público, defesa do consumidor, estatuto do torcedor, Polícias, Justiça e etecetera e tal.

 

Rendição e comodismo

Essa incompetência não é de hoje. Apenas se repete. Infelizmente não temos mais nas forças de segurança profissionais como o coronel PM Nilo Sérgio da Silva, que deu grandes exemplos de como fazer a autoridade do estado ser respeitada, nos anos em que foi comandante de Policiamento da Capital.

Recorro à minha própria coluna nos jornais O Tempo e Super Notícia no dia 24 de agosto de 2012, quando o Mineirão estava em reformas e o jogo seria no Independência. De lá para cá só mudaram os nomes dos dirigentes e dos jogadores. A Polícia Militar recomendava torcida única. O Atlético não fazia questão, mas gostava da ideia. O Cruzeiro, mandante, fingia não querer, mas, queria. Confiram:

“Incompetência assumida e falência da autoridade”

Para cada clássico uma desculpa esfarrapada para manter esse absurdo de “torcida única”. Ano que vem, com o Mineirão de volta, haverá alguma outra justificativa furada. Uma vergonha!

O Cruzeiro, mandante do jogo, deveria ter batido o pé e exigido que as forças de segurança do Estado cumprissem com o seu dever constitucional, mas certamente não teve interesse, por achar que apenas a sua torcida pode dar algum ganho dentro das quatro linhas durante os 90 minutos.

A experiência dos clássicos anteriores com essa idiotice já mostrou que não tem nada a ver: o Cruzeiro já ganhou do Galo só com a torcida alvinegra presente...’

Confira a coluna completa no https://blog.chicomaia.com.br/2024/01/31/com-torcida-unica-atletico-cruzeiro-e-autoridades-mostram-incompetencia-e-se-rendem-aos-bandidos/

 

 

Homenagem a um grande homem público

 

Por Lucas Campolina Nogueira

 

“Lá se vai Marcelo Cecé”

Quem nasceu em Sete Lagoas ou vive aqui há 30 anos, ou mais com certeza ouviu falar em Marcelo Cecé Vasconcelos de Oliveira, um de seus políticos mais importantes dos anos 80,90 e início dos anos 2000. Ladeando a história com outros grandes nomes como Afrânio Avelar e Sérgio Emílio entre outros. Um personagem polêmico. Cecé era o que só os grandes conseguiram ser. Amado e odiado. Mas gostando ou não dele é inegável que o desenvolvimento de nossa cidade passou por suas mãos e que foi ele o responsável pela quebra do monopólio do gusa com a chegada de grandes indústrias.

É inegável também dizer que foi ele o maior responsável pelas maiores obras de infraestrutura que Sete Lagoas já viu. Muitos dizem: existe uma Sete Lagoas antes e depois de Cecé. Afinal foi com ele que nossa cidade saiu de uma época brejeira para assumir seu real protagonismo no estado e no Brasil. Bombril, Iveco, Pepisico entre outras vieram por causa da sua ousadia e até teimosia. Avenida Norte Sul, canalização para evitar alagamentos, Cidade de Deus, Hospital Municipal, Perimentral, PA, escolas, Nova Cidade e Casas Populares entre outras inúmeras obras foram ele o idealizador e realizador.

Cecé não tinha vergonha de pedir. Ia para Brasília e lá chegou até a fazer um escritório para tratar dos assuntos de interesse da cidade. Nas urnas teve votações recordes que deram a ele dois mandatos de prefeito e um de deputado estadual. Entronizou na política pelas mãos de Afrânio Avelar e Sérgio Emílio. E com Sérgio Emílio e Renato Azeredo ainda vivo no seu primeiro mandato Sete Lagoas deu um salto para o futuro. Ele também sabia que o povo precisava ser feliz e fez os melhores carnavais da cidade. Não estou aqui fazendo uma carta ao papa para canonizar Cecé; afinal como todo político ele teve seus prós e contras. Acredito que seus acertos foram bem maiores que seus erros. Como empresário ainda continuou acreditando em Nossa cidade montou uma rádio, um jornal, posto de gasolina e padaria, gerando emprego e renda para várias famílias. No seu fim de vida ainda ousou ao fazer um clube no sítio onde passou o resto dos seus últimos anos. O último domingo marcado com a sua despedida deste mundo pôde-se ver no Ginásio Coberto Dr. Marcio Paulino, antigos amigos e também adversários todos unânimes ao reconhecer a importância que ele teve para Sete Lagoas. No mesmo velório também se viu muitas pessoas humildes que estavam agradecidas pelas casas que ganharam, pelos lotes e vários outros favores que ele prestou a comunidade. Para uns, o prefeito dos pobres, para outros o trator dos adversários, para a família o pai marido carinhoso e bondoso.

Para a Ivone Andrade, a Linda Martins, o Beto e o Renildo a perda de um grande amigo, para a Patrícia Machado a perda de um fiel compadre. Esse era Cecé; várias opiniões em uma pessoa só. Como disse no começo do texto só os grandes conseguem isso. Ele agora dá passagem para o trem da história e a dele com certeza será um capítulo que vale a pena ser lido e contado para as próximas gerações!

Por Lucas Campolina Nogueira

 

E lá se foi o Roberto Kitute!

Roberto Fonseca “Kitute” se tornou lenda como presidente do saudoso Sete Lagoas Tênis Clube, conhecida como “Praça de Esportes”, que era o único clube da cidade, com piscinas, quadras de basquete, futebol de salão e pista de atletismo nos anos 1940/50/60/70.

Nos deixou sábado passado, aos 98 anos de idade. Nessa foto, enviada pelo Lulu França (a quem agradeço), ele de terno escuro (esq.) cumprimenta o governador Rondon Pacheco, na solenidade em que a verba para a construção do Ginásio Coberto Dr. Márcio Paulino era liberada. Sob as vistas do então prefeito Sérgio Emilio (centro), ex-prefeito Alípio Maciel (direita) e deputado federal Vasconcelos Costa (esquerda).

 

Ecos do Passado

Nos Jogos de Atlanta’1996, a seleção brasileira jogou a primeira fase em Miami. O saudosíssimo conterrâneo Ricardo Tanure (direita) morava lá e recebia seus amigos sete-lagoanos quase todos os dias para churrascos inesquecíveis, como este, onde o ex-prefeito Marcelo Cecé (esquerda) tomava suas “fantas velhas” e o também saudoso Sinonô (centro) curtia o seu Red Label.

Ricardo fez do nosso Huracan o maior time de futsal do Brasil, nos anos 1970/80. Sinonô, um dos maiores empreendedores da região. Cecé, nosso político mais influente das últimas quatro décadas.

Todos gente boa demais, que pertencem à história da nossa cidade.

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