O grito pela vida

“Se o grão de trigo morre, produz muito fruto” (Jo. 12,24) - Liturgia do 5º Domingo da Quaresma

21/03/21 - 08:42

Por Padre Warlem Dias

Padre Warlem Dias

Não há tempo a perder! No geral, assistimos ao colapso do sistema de saúde com o aumento do número de contaminados pelo novo Coronavírus: isolamento, restrições e, agora, o toque de recolher. Assustamos com as novas variantes. Muitas mortes! A esperança vem das vacinas e no romper das cascas da ignorância.

Diante desta situação de agravamento, a CNBB e entidades signatárias do Pacto Pela Vida e Pelo Brasil, dirigem-se à toda sociedade com este documento “O Povo Não Pode Pagar Com a Própria Vida”. Pedem vacina agora e para todos. Basta de obscurantismos e frases ofensivas. Apelam aos jovens vetores de transmissão para que assumam o seu protagonismo em defesa da vida e do país. Responsabilizam o Ministro da Saúde para que cumpra o seu papel de indutor de políticas de saúde a nível nacional. Solidarizam com as famílias que perderam os entes queridos, exaltam o SUS no trabalho de salvar vidas e reconhecem o trabalho dos profissionais de saúde na linha de frente. “É hora de estancar a escalada da morte!”.

É um grito profético da Igreja e da Sociedade: a vida é mais forte que a morte!

A vida em sua força rompe as cascas da dureza cotidiana. Ela é a teimosia em ser mais. A vida latente na semente quer irromper! Na vida banalizada, perde-se a beleza do fruto que morre e produz frutos. Toda semente é um esperançar à vida!

No 8º ano de ministério do Papa Francisco, assinalamos o grito pela vida ao ser Igreja em saída, numa metáfora linda do “hospital de campanha”, Igreja acolhedora e servidora, nas periferias geográficas e existenciais. São oito anos repletos de acontecimentos que abalaram e revitalizaram a Igreja. Francisco trouxe a força da semente prenhe de vida, que rompe as cascas da autoreferencialidade e manifesta alegria do evangelho ao mundo inteiro. O grito pela vida está na proposta da economia que deve servir à sociedade; no Pacto Educativo Global, na imagem de uma aldeia educativa; no cuidado com a criação que põe a ecologia na vida da Igreja; encontro com os Movimentos Populares: “Nenhum trabalhador desprovido de direitos”; o Dia Mundial dos Pobres; Fraternidade Humana pela Paz Mundial e a Convivência Comum.

Francisco ajuda a Igreja com o toque inexplicável da gravidez da esperança no grito pela vida.

Importa a vida em sua plenitude! A semente germina e rompe as cascas para a vida!