COLUNA CATÓLICA

10/07/22 - 09:00

Diego Augusto
Diego Augusto

Desejo e anseio, ou o vazio do tamanho de Deus – a saga humana pela busca do Amado

Por Diego Augusto, diretor do Centro Senhora da Luz

“O que é mais bonito, meu amor? Amor perdido ou amor encontrado? Não ria de mim, meu amor. Eu sei…sou estranho e ingênuo quanto se trata de amor e faço perguntas tiradas de uma música pop. Esta dúvida me oprime e me abala, meu amor: encontrar ou perder? Todas as pessoas em volta de mim sentem um anseio. Elas perderam ou encontraram? Não sei dizer. Um órfão não tem como saber.” Trecho da série The Young Pope
Num mundo em que hoje vivemos, onde não há mais coisas sólidas, mas apenas líquidas como diz Zygmunt Bauman, nossos transcendentais do ser (o que nossa alma busca por bom, belo, verdadeiro, justo) não encontram mais satisfação nas coisas criadas, causando-nos uma série de distúrbios psicológicos. E não é de se estranhar que vivemos numa época de crise intelectual que se desdobra na crise mental.

O homem hoje vive iludido, pois ele busca o eterno nas coisas que tem fim, onde a própria noção de Deus e quem é Ele é deturpada. Hoje precisamos sentir Deus se não Ele não existe. E isso explica e muito os desvarios que em todas as áreas vemos, seja na religião, no direito, na política, na psicologia, no trabalho. O homem do pós-guerra é induzido nas coisas que eram parar ser sólidas se tornarem fluídas, e nas coisas que eram para ser fluídas se tornarem sólidas. Nada de novo debaixo do sol, como diria o Eclesiastes, visto que isso é uma atualização de um pecado antigo, o da idolatria. Fazer do ouro um Deus, onde se derretido e jogado ao rio se esvai toda a transcendência da esperança. 
Como diz C.S.Lewis “Se eu encontro em mim um desejo que nenhuma experiência desse mundo possa satisfazer, a explicação mais provável é que eu fui feito para um outro mundo.”
“Eu sou a mãe de Jesus e vossa mãe, dei meu filho para que não mais andais nas trevas.” Nossa Senhora da Luz