Nossa História

A NOSSA HISTÓRIA: Banda União dos Artistas (IV)

06/05/24 - 08:00

Por Amauri da Matta

Vivemos, na última quarta-feira (1º-05-2024), um momento histórico: a Banda União dos Artistas e o Coral Dom Silvério, participando, no Museu Ferroviário, das comemorações do dia do trabalho. Com uma bela missa do Padre Hélio de Oliveira Filho, da Paróquia de Sant’Ana e São Joaquim, sob o olhar atento do público presente. Em homenagem à Banda União dos Artistas, reproduzo o artigo publicado no Jornal Sete Dias, em 07-04-2023, em que a Festa do Trabalho é lembrada: “O baile entrou pela noite e varou a madrugada do dia seguinte, ao som do jazz, tocado pela Banda União dos Artistas, sob a regência do competente maestro Aladim Simões, regado a um bom chope, para deleite dos músicos e convidados. Um lindo espetáculo! Era a inauguração da sede própria da corporação musical, que acabara de ocorrer, prestigiada, dentre outros convidados, por Sua Excelência, o Prefeito Municipal, Dr. Emílio de Vasconcelos Costa, e o Revmo. Padre Flávio D’Amato, que presidiu a reunião solene. João Batista de Carvalho foi o secretário. O ferroviário Benedito Costa Parreira fez uma bela saudação aos componentes da banda, “pela fibra de cada um, deixando claro que querer é poder, testemunhando suas palavras com a realização dos músicos da banda, que, sem dispor de capital, fizeram com os próprios esforços, sem subvenções e sem auxílios de cofres públicos, sua magnífica sede”. Na sequência, discursou o “Padre Flávio D’Amato. Confirmou as palavras do orador anterior, concitou as autoridades presentes a colaborarem com a Banda e expôs os relevantes serviços por ela prestados. Em breve locução, cumprimentou os dirigentes da Banda, o Dr. Olyntho Satiro Alvim, congratulando-se com os mesmos pelo empreendimento”. “Ouviram-se, nos diversos intervalos, belas peças do repertório da Banda” (Em 02-03-1946, livro de atas, pág. 01/v). Antes da construção da sede própria – relembra o maestro Hélio Costa – os ensaios ocorriam “perto do Centro Médico”, “numa casa velha”, “onde era o consultório do Dr. Zacarias”, duas vezes por semana, às terças e às sextas-feiras, “sendo o domingo reservado para as tocatas”. O espaço era alugado pelos próprios músicos. 

Para se ter uma ideia da agenda da Banda União dos Artistas, é oportuno citar um dos relatórios de suas atividades, apresentado por seu Presidente-Regente, João Francisco da Costa, relativo ao ano de 1975: “30 tocatas em procissões nas diversas paróquias da diocese, Festa do Trabalho, Sete de Setembro, várias festas populares e 88 ensaios em sua sede” (Em 25-06-1976, livro de atas, pág. 16/v). A propósito da Festa do Trabalho (1º de maio), no galpão das oficinas da Central do Brasil, onde ocorriam as missas que eram celebradas pelo Padre Teodoro Ground e, na sequência, por Padre Paulo, ambos da Paróquia de Santana, FRANCISCO TIMÓTEO PEREIRA destaca, ao lembrar as origens da instituição: “Fato inolvidável e de realce histórico se prende à Banda de Música “União dos Artistas”, de tão gloriosa trajetória no segmento da cultura popular, com relevantes serviços prestados à cidade e à região. Constituída, inicialmente, só de ferroviários, tem essa corporação atividade ininterrupta desde quando foi fundada, em 15-08-1908. Nasceu no recinto da Empresa e sustentou-se no idealismo de abnegados ferroviários durante longos anos, a ponto de, com o esforço dos respectivos componentes, sob a orientação do maestro João Francisco da Costa, erguer a própria sede. (...) Finda a liturgia, era ocasião para as pessoas da família dos servidores , mesmo os amigos que não conheciam o ambiente interno das oficinas com seus milhares de metros quadrados, visitarem aquele complexo. Máquinas e aparelhos, até certo ponto rudimentares e em meio aos dispositivos modernos que, aos poucos ocupavam os espaços, enchiam de orgulho os respectivos operadores. (...) Antes que houvesse a dispersão, todos os confraternizantes se reuniam, novamente, agora em frente ao prédio dos escritórios, em postura cívica, ante o Pavilhão Nacional – a bandeira verde-amarela-azul e branca, que era hasteada solenemente, ao som do Hino Nacional Brasileiro. A Banda de Música “União dos Artistas” executava a partitura, como o fazia desde o alvorecer do corrente século – 1908, agosto, 15, quando foi fundada por uma plêiade de ferroviários idealistas, para ter vida ininterrupta.” (ENTRE-LINHAS FERROVIÁRIAS, pág. 85. Sete Lagoas: Edições Instante, 1997).

 

Amauri da Matta

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