Uma nódoa para a história

CHICO MAIA

Tudo muito bom nos Jogos de Paris até agora, mas se arrependimento matasse, os organizadores do evento não teriam permitido aquele absurdo de encenação da Santa Ceia na abertura oficial.
Os pedidos de desculpas do Comitê Organizador e das autoridades, acompanhados de debates acalorados e muita pancadaria verbal passaram a dividir os espaços com atletas e competições a partir de segunda-feira, dois dias depois da festa no Rio Sena.
Cenas mal pensadas, desrespeitosas, inoportunas e desnecessárias, de provocação à religião católica e ao cristianismo. Nada justifica desrespeito a nenhuma religião, principalmente nestes tempos conturbados e perigosos que estamos vivendo no mundo todo. Pra quê isso? Porquê?
Certamente, uma mancha na história dessa Olimpíada, que tem tudo para ser uma das melhores de todos os tempos.

Abertura inédita
Paris marca pelo ineditismo de ter feito a abertura a céu aberto. Foi ótimo, porém, melhor certamente para quem assistiu pela TV, já que apenas as autoridades e pessoas presentes perto do palanque principal puderam ver tudo de perto e entender o que estava acontecendo. Para que tenham uma ideia, do início do desfile, que foi perto da Torre Eiffel, até onde eu estava, perto do Museu do Louvre, o barco da Grécia, primeiro a desfilar, levou meia hora. Por mais que o público batesse palmas e vibrasse, não dava pra comparar com a vibração e emoção do ambiente interno de um estádio, como nas Olimpíadas anteriores.

Para poucos
As performances teatrais e musicais só puderam ser sentidas pelas poucas pessoas que estavam perto, já que por melhores e mais nítidos que fossem os telões ao longo do Rio Sena, não é a mesma coisa.
Além do mais, depois de uma hora do início do desfile a chuva aumentou, ficou muito forte, e gente demais foi se abrigar ou ir embora. Meu caso, por exemplo, que fui para um bar assistir o resto pela TV, tomando um “chá com torradas”. Vale lembrar que nas lanchonetes de todas as arenas e instalações olímpicas só se vende cerveja e drinks, sem álcool, a 8 euros um copo de 500 ml, sem graça nenhuma.

Euro x Real
Com 1 euro valendo 6 reais, se brasileiro aqui na Europa ficar comparando os preços de tudo com os do Brasil, não toma um cafezinho. O mais barato aqui fica em 2,50 euros, ou 15 reais.
Fotografei os cardápios de bebidas e comidas de um restaurante simples, da região de La Villette, bairro distante uns 3 Km do centro de Paris.


Olha as pizzas

Aperitivos, também

Ecos do Passado

Na área de embarque do aeroporto de Los Angeles, em 1994, eu e o jornalista Orlando Augusto, em papo com o zagueiro Cléber, ex-Atlético, Palmeiras e Cruzeiro. “Clebão” estava a caminho de uma longa excursão (38 dias) para jogos na Colômbia, Rússia e Japão, durante a Copa do Mundo.
Eu e o Orlando estávamos embarcando para San Francisco, para cobrir a seleção brasileira, que terminaria tetra-campeã naquela Copa.
Até hoje o técnico Vanderlei Luxemburgo culpa essa excursão, que segundo ele impediu que aquele timaço que ele comandava, fosse campeão da Libertadores e Mundial naquele ano.
Jogos demais, dias demais, cansaço, falta de planejamento. O time chegou e 48 depois enfrentaria o São Paulo pelas oitavas de final da Libertadores. Foi eliminado com este Time: Velloso, Cláudio, Antônio Carlos, Cléber e Wágner; César Sampaio, Flávio Conceição (Amaral), Zinho e Rivaldo; Edmundo (Tonhão) e Evair. Técnico: Vanderlei Luxemburgo.