Sete Dias Indica

Um Lugar Silencioso Parte 2 - um filme decepcionante

08/07/21 - 17:59

Por Sétima Arte

Wellberty Hollyvier D’Beckher

 O filme começa com um epílogo do dia um, o dia que os aliens chegaram a terra, mas não revela muita coisa. Fogo e fumaça no céu, logo depois os aliens já estão atacando na pequena cidade em que se passa a história, falta escopo ao filme, a ação se resume àquela pequena cidade, não é mostrado em momento algum o que aconteceu ao redor do mundo, não sabemos se é uma invasão global ou somente em algumas partes do globo, o que empobrece o filme. No epílogo que abre o filme, vemos um prédio em chamas na tv, em algum lugar uma pessoa fala que acha que foi uma bomba, mas termina por aí a informação do que acontece fora da pequena cidade do filme.

Logo depois do epílogo, voltamos à família Abbott em sua jornada logo após a morte do patriarca da família. Visto no final do primeiro filme, a família decide sair da sua casa e ir para algum lugar na cidade, já que moravam no campo, e é lógico que problemas surgirão nesta jornada, um inclusive muito sério envolvendo o jovem Marcus Abbott (Noah Jupe). O que esse menino passa é cruel, mas eles continuam e encontram Emmett (Cillian Murphy) que em um primeiro momento reluta em ajudar a família, mas depois cede.

No esconderijo de Emmett Regan Abbott (Miliicent Simmonds), irmã mais velha de Marcus, pega o rádio e capta uma música. Pronto, logo ela descobre que é uma transmissão de outros sobreviventes que estão em uma ilha. Ele descobre tudo isso sem recurso nenhum, lembrando que ela é surda e não pode ouvir a música. Do nada ela me aparece com mapas e rotas já prontas para tal ilha e, contra a vontade do irmão e sem conhecimento da mãe, ela parte nesta jornada solo.

A estratégia de separar a família é acertada em determinado momento. Marcus fica sozinho com seu irmão recém-nascido enquanto sua mãe, Evelin (Emily Blunt), sai em busca de remédios. Os três enfrentam seus próprios desafios e a cadencia do filme fica interessante com cada membro enfrentado os perigos do novo mundo à sua maneira e de forma quase simultânea. Cada um está em um ponto da cidade, mas os cortes do diretor fazem parecer que estamos dentro de uma mesma cena, méritos para ele.



Quando foi anunciada a produção deste filme, todos se empolgaram, afinal, o primeiro filme é muito tenso, muito bem roteirizado, dirigido, e é realmente um terror\suspense que funciona muito bem, apesar de alguns furos de roteiro. Os aliens não atacam perto da cachoeira porque o barulho da água os desnorteava, então por que não morar perto da cachoeira e viver em segurança? Mas no geral, o filme funcionou muito bem e foi um sucesso de crítica e público, então uma continuação era questão de tempo.

A preocupação de todos era saber se o diretor, John Krasinski, iria conseguir manter o nível do primeiro filme. Ele até consegue no primeiro ato, mas depois, quando ele resolve expandir o universo do filme, ele se perde, cria cenas fora de contexto e personagens que aparecem só para em seguida serem mortos pelos aliens. Falta frescor e personalidade a este filme, seus plots são pobres, sua condução truncada, Dijimon Houson está completamente desperdiçado neste filme, e, meu Deus do céu, um final horroroso que clama desesperadamente por uma continuação, um filme tão esperado e decepcionante na mesma medida.

O filme está em cartaz nos cinemas. Nota 6\10
 

imagemWellberty Hollyvier D’Beckher é formado em artes cênicas pela UFMG, pela faculdade do Rio de Janeiro em crítica e análise de filmes, além de cinéfilo desde os dez anos de idade.

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