Sete Dias Indica

Lupin - A Netflix guardou o melhor para o final

22/06/21 - 15:29

Por Sétima Arte

Wellberty Hollyvier D’Beckher*

Antes de começar a crítica, gostaria de pedir desculpas ao leitor por não ter escrito a resenha da semana passada. Tive um problema muito grande, mas que graças a Deus já foi resolvido e agora estou de volta.

Então vamos ao que interessa! Vocês que me acompanham nas redes sociais devem se lembrar que não gostei nem um pouco da primeira parte da série Lupin. Minha crítica foi bem negativa, mas, convenhamos, eu tinha razão, a forçação do personagem era algo bem irritante e que comprometeu, e muito, o bom andamento da série.

Mas a segunda parte da série é primorosa, deixou de lado os disfarces ridículos do personagem e se concentrou na vingança de Assane (Omar Sy) contra Hubert Pellegrini (Herve Pierre) que no passado incriminou o pai por um crime que ele não cometeu. Assane nutre este desejo de vingança há anos e ele vai com tudo para cima do inimigo. Nessa segunda parte da série, dentre os inúmeros acertos estão os plots, que funcionam maravilhosamente bem e sempre nos pegam de surpresa, todos muito bem elaborados e bem construídos narrativamente.

Assane conta mais do que nunca com a ajuda de seu melhor amigo, Benjamim Ferel (Antoine Gouy). Os dois passam por diversos apuros juntos, mas sempre escapam. Às vezes com fugas simples, mas eficazes, Assane encara o inimigo e em momento algum se intimida, ao contrário, mostra também sua força.

A primeira parte da série termina com o sequestro do filho de Assane, Raoul, e a resolução deste caso é muito boa, o rapaz tem talento. A polícia chega perto de prender Assane por diversas vezes, mas é incompetente demais (claro, se prender o protagonista a série acaba), mas podiam ser mais contundentes. O fato é que todos os erros que me incomodaram na primeira parte da série não se repetem aqui, os cinco episódios são muito bem construídos e amarrados com maestria.



Mas nem tudo é perfeito. O filho de Assane some por muito tempo dentro da série, sua ex-mulher faz uma aliança improvável, algumas de suas fugas poderiam facilmente ser evitadas se tomados detalhes mínimos de segurança, o modo como a polícia chega para de fato caçar Assane é bem amador para uma mente como a dele, mas são alguns detalhes que não incomodam tanto assim, dá para relevar.

A Netflix já confirmou uma terceira parte da série, mas não vejo sentido. O final da segunda parte para mim está ótimo, pois ficou dentro do que a gente esperava que ia acontecer, mas se está dando certo, a Netflix explora ao máximo. Não vou entrar em mais detalhes para não estragar a surpresa do expectador, mas se preparem para cinco episódios de tirar o folego e lembrem-se, nada nesta série é fruto do acaso, tudo tem um porquê envolvido, e isso foi o que mais me fascinou.

A série pode ser vista na Netflix. Nota 8,5\10
 

imagemWellberty Hollyvier D’Beckher é formado em artes cênicas pela UFMG, pela faculdade do Rio de Janeiro em crítica e análise de filmes, além de cinéfilo desde os dez anos de idade.
 

Sétima Arte

Sétima Arte

Veja Mais