O empresário José Roberto Silva vai para o segundo mandato como presidente da Associação Comercial e Industrial (ACI) de Sete Lagoas. A posse, realizada na quarta-feira (9) na sede da entidade, foi muito prestigiada pela classe empresarial, e bem menos pela classe política. Além da presença do prefeito Duílio de Castro (Patri), também estiveram presentes os vereadores Heloísa Frois (Cidadania) e o presidente da Câmara, Pastor Alcides (PP). Lembrando que o Legislativo é composto por 17 vereadores.
SÓ OBSERVANDO
Tradicionalmente, agentes políticos não são chamados para compor a mesa principal em eventos como a posse do corpo diretivo da ACI. Apesar disso, educadamente, o presidente José Roberto abriu espaço para que qualquer autoridade presente se manifestasse. A expectativa era se Duílio pegaria o microfone, o que acabou não acontecendo. Por fim, ninguém falou, seguindo assim o protocolo da cerimônia normalmente.
ALFINETOU
José Roberto afirmou que está sendo alvo de críticas e até mesmo de perseguição por parte de alguns vereadores. Segundo ele, se o problema é política, ele descartou no momento ser candidato a qualquer cargo nas próximas eleições e futuras eleições. “Nem por isso, não podemos deixar de manifestar nossa insatisfação com uma cidade suja, esburacada e sem projetos importantes de mobilidade, além de escolas fechadas porque não têm condições físicas de receber professores e alunos. Enquanto isso, vemos imóveis milionários sendo comprados pela Prefeitura. Como cidadãos, temos que cobrar”, afirmou durante seu discurso, sem se importar com a presença dos políticos.
METRALHADORA
O empresário estava inspirado e continuou: “Isso não é culpa da atual administração ou da Câmara Municipal, é uma deterioração que vem ocorrendo há décadas. Por mais que os políticos não entendam dessa forma, tratam a crítica como uma mera oposição – o que não é! Temos o direito de cobrar transparência, somos amparados pela Lei de Acesso à Informação, o que nos dá esse direito. Tem muita coisa que nos deixa indignados e temos que cobrar. A entidade é para isso também; é o preço que se paga por ter coragem de se candidatar e ser eleito. Continuaremos cobrando enquanto entidade, e não estamos sozinhos, contamos em Sete Lagoas com o Observatório Social, que existe no Brasil inteiro, que faz o papel de fiscalizar e cobrar”, completou.
PRA CÂMARA TAMBÉM
As cobranças e críticas não se concentraram apenas na Prefeitura. Sobrou também para a Câmara Municipal. José Roberto, olhando para o presidente do Legislativo, Pastor Alcides, enumerou outras solicitações. “Já ouvimos isso há mais de cinco anos, da realização do concurso público para ocupar os cargos da casa. Esperamos que na gestão do Pastor Alcides ela venha a acontecer. Cobraremos também redução do duodécimo que é repassado para a Câmara pela Prefeitura, o que é destinado hoje é mais do que o suficiente”, afirmou José Roberto.
REUNIÕES NOTURAS
Por fim, o presidente da ACI também solicitou a mudança do horário das reuniões do Legislativo, atualmente realizadas às terças-feiras, às 9h, para a noite. “A mudança de horário, mesmo que ninguém vá, já é um gesto de transparência e abertura da Câmara para maior participação da população e entidades de classe”, finalizou José Roberto.
