O ex-vereador Reginaldo Tristeza (foto) foi impedido de entrar na Câmara Municipal na sexta-feira passada (30). O porteiro afirmou que só tem acesso ao Legislativo quem faz agendamento prévio, mesmo com Sete Lagoas na Onda Amarela e com eventos para até 150 pessoas liberadas. Tristeza iria até o gabinete do vereador Caio Valace (Podemos). Barrado na porta, ele disparou. “Que frescura do Pastor Alcides (do PP, presidente da Câmara). Ali é a casa do povo e não há mais restrições desse tamanho em órgãos públicos. Quero saber se ele faz o mesmo na igreja dele”, questionou.
ENCONTRO PRESENCIAL
A reunião de vereadores passou a ser realizada no plenário da Câmara de Sete Lagoas a partir desta semana. As posições dos parlamentares foram definidas por ordem alfabética e todos estão protegidos por uma bancada acrílica.
FORÇA DA PROXIMIDADE
Desde o início do ano, as reuniões eram realizadas de forma on-line. Em várias delas, houve um forte embate entre os parlamentares e, em alguns casos, foi preciso a atuação do presidente Pastor Alcides para esfriar os ânimos. E na presencial não foi diferente: Caio Valace aumentou o tom contra o vereador Junior Sousa (MDB) por seus posicionamentos em suas redes sociais e chegou a chamá-lo de mentiroso.
MEIAS VERDADES
“Aqui não é confraria de amigos, é Poder Legislativo. Ele passa a ideia que os demais vereadores são descompromissados com a cidade. A meia verdade é pior que a mentira”, inflamou-se Caio, quando se referiu ao reajuste concedido aos agentes políticos e servidores da Prefeitura, o mesmo aplicado na Câmara Municipal e que foi muito criticado por Junior.
DEVOLVEU
Caio, inclusive, doou o reajuste de 5,2% recebido por ele e os demais vereadores, equivalente R$ 2.661,00. A APAE recebeu R$ 1 mil, a Vila Vicentina outros R$ 1 mil e a Associação Comunitária do Bairro Cidade de Deus (Ascomcide) foi beneficiada com um depósito de R$ 661,00. “Todos os meses, durante este ano, vou publicar o comprovante da transferência repassada às entidades com a diferença da minha recomposição salarial”, prometeu.
PELO FIM DA BARGANHA
Pastor Alcides revelou durante a Reunião que torce para que todos os servidores nomeados politicamente no Legislativo sejam bem-sucedidos no futuro concurso da Câmara. Para ele, será a realização de um sonho, o concurso acabar com uma tática de candidatos que oferecem cargos em troca de apoio na eleição.
MP DE OLHO
O Ministério Público, inclusive, propõe ação civil de improbidade administrativa contra a Câmara de Vereadores e solicitou a imediata exoneração de cargos contratados e comissionados sob pena de multa de R$ 100 mil por dia, caso a decisão não seja cumprida. A juíza do caso indeferiu o pedido do MP, mas determinou audiência de conciliação. Os próximos capítulos prometem ser quentes.
A SABER
A Câmara Municipal tem quase 250 servidores e menos de 10 são efetivos. Ou seja, aproximadamente 5%. Os demais são nomeados de acordo com o interesse de vereadores.
