“Crescemos 35% em plena pandemia”

A reitora Viviane Mayrink comemora o aumento no número de alunos, o sucesso dos novos cursos e o reequilíbrio financeiro do Unifemm

07/05/21 - 10:48

Viviane Mayrink conta desafios enfrentados para recuperar a saúde financeira da Unifemm
Viviane Mayrink conta desafios enfrentados para recuperar a saúde financeira da Unifemm

O Unifemm vive novos tempos. Em menos de um ano e meio à frente da reitoria do Centro Universitário a advogada e administradora Viviane Mayrink conta nesta entrevista os principais desafios enfrentados para recuperar a saúde financeira da instituição, compartilha os grandes resultados alcançados e revela a expectativa da volta as aulas no segundo semestre. 
“Estamos trabalhando em silêncio, com investimentos na melhoria da infra-estrutura, ampliação e melhora na oferta de cursos e com um rigoroso choque de gestão. O Unifemm com certeza está cada dia mais forte”.

Quais os principais resultados alcançados até agora?
O ajuste nas mensalidades para valores mais competitivos de mercado, a volta do credenciamento ao Fies, o lançamento de novos cursos como o de Medicina Veterinária, a ampliação e melhoria dos cursos na modalidade de Ensino a Distância (EaD), o reequilíbrio financeiro e os investimentos na melhoria da infra-estrutura, como instalação de projetores, sistemas de sonorização e ar condicionado em salas de aula. 

Diante desta pandemia, o Unifemm conseguiu manter seus alunos?
Não só mantemos como crescemos 35% em número de alunos matriculados em plena pandemia. Fizemos um trabalho forte de renegociação para aqueles alunos que tinham dívidas com o Unifemm, para que eles pudessem voltar a estudar, lançamos novos cursos, aperfeiçoamos nosso sistema de aulas online, buscamos parcerias com instituições nacionais que possuem grande know how em EaD e ampliamos as fronteiras de divulgação dos nossos cursos. Além, claro, de reduzir significativamente o valor das mensalidades, chegando a 50% ou mais em alguns casos.

Como foi possível reduzir o valor das mensalidades e manter a saúde financeira?
A base da receita é sempre a mesma: gastar menos do que se arrecada. Logo que assumi identificamos que haviam muitos salários acima da média de mercado e contratos possíveis de serem ajustados. O Ministério Público já havia recomendado uma redução de 50% só na folha de pessoal. Foi necessário demitir muitas pessoas. Essa talvez foi a parte mais difícil. Além da redução na quantidade, foi necessário ajustar também os valores de alguns salários pagos. O Ministério Público também já havia chamando a atenção “pela falta de enquadramento de alguns salários aos padrões regionais e de mercado”. Reduzimos o meu próprio salário como Reitora e de todos do corpo gestor em 55%. Cortamos alguns contratos e renegociamos outros para redução de custos ou ajustes às demandas.

Dessa forma, foi possível repassar essa economia aos alunos, através da redução dos valores das mensalidades, um ajuste que se fazia necessário também para manter a competitividade do Unifemm em um mercado cada dia mais concorrido como o da educação.

Como está a situação financeira do Unifemm?
Muito boa. Hoje, com a nossa arrecadação e as despesas correntes, podemos voltar a investir nas melhorias do serviço prestado aos nossos alunos, nossa principal razão de existir. Os alunos finalmente poderão contar com salas de aula mais confortáveis, com ar condicionado, sistemas de sonorização e projetores, além de outros equipamentos, conforme a necessidade de cada curso. Temos que ressaltar que estes investimentos só serão possíveis porque conquistamos na Justiça o direito a uma Recuperação Judicial.

Como o Unifemm conseguiu a Recuperação Judicial?
Para conquistar o direito a Recuperação Judicial, o Unifemm demonstrou que é uma instituição viável, sob uma gestão eficiente, em pleno crescimento, com capacidade de investimento e prestação de serviço de qualidade. Também, que o custo das dívidas acumuladas ao longo dos últimos anos, conforme balanços demonstrativos públicos, comprometiam o fluxo de caixa da instituição e impediam os investimentos compatíveis às necessidades da maior e mais tradicional instituição de ensino de Sete Lagoas e Região. 
Como o Unifemm é mantido pela Femm, que é uma Fundação, os balanços patrimoniais são públicos. Apenas para ilustrar, o balanço de 2019 informa uma dívida de R$ 10 milhões. Em 2021 foi o primeiro dos últimos dez anos em que o Unifemm não recorreu a empréstimos bancários.

Na prática, como funciona a Recuperação Judicial?
Ela suspende o pagamento das dívidas antigas e é feito um novo plano de quitação destas dívidas, em entendimento com os credores, com garantias legais e de imóveis, uma vez que a FEMM possui um patrimônio estimado muito superior a suas dívidas. Todos os pagamentos correntes, de pessoal e fornecedores, continuam normalmente e ficam até mais assegurados, em função do ajuste do fluxo de caixa e da exigência jurídica de que a empresa ande rigorosamente em dia com seus compromissos. Também é ótimo para os credores, pois assegura o recebimento dos valores acordados.

Qual a expectativa para a volta as aulas presenciais?
Não existe uma posição oficial do MEC, mas pelas previsões das autoridades quanto a vacinação seguimos confiantes de que retornaremos no começo do segundo semestre. Estamos com muita saudade dos nossos alunos e ansiosos para ver nosso campus cheio novamente.

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