O Papa está certo!

28/05/21 - 11:45

Sem dúvida que o Papa Francisco é o mais simpático e o que mais tem aproximado a Igreja Católica da humanidade nos últimos séculos. Sempre bem humorado no trato com as pessoas comuns, quarta-feira, fez uma brincadeira com um grupo de brasileiros, no Vaticano. Foi abordado pelo padre João Paulo Souto Victor, da Paraíba, que lhe pediu: "Santo padre, reze por nós, brasileiros". Sorrindo, o Pontífice respondeu com piada, com direito a rima: "Vocês não têm salvação. É muita cachaça e pouca oração". Uma brincadeira, de quem conhece a fama do Brasil, de ser a terra do “samba e do futebol”.

Falsos moralistas externaram a sua hipocrisia, e xingaram o Papa, por meio de redes sociais e até em veículos de comunicação. Ridículos!

Na verdade, o que nos falta mesmo é bom senso e razoabilidade na escolha dos nossos governantes. Em 2022 teremos eleições nacionais, que podem mudar os rumos do país, para melhor ou até para pior. O jornalista Josias de Souza, mostrou, em sua coluna de ontem, na Folha de S. Paulo, a esparrela na qual nos encontramos e na qual podemos nos atolar mais ainda:

“... Nesse ambiente infeccioso, a esquerda lulista decidiu combater as aglomerações de Bolsonaro promovendo os seus próprios ajuntamentos. Repetindo: a esquerda responderá à estupidez da direita provando que também sabe ser estúpida.

Esquerda e direita reforçam a impressão de que são movidas por uma fé que evoca a origem cristã ou socialista da maioria dos seus devotos. A pandemia apenas potencializa a impressão de que o ingrediente da dúvida está excluído dos dois credos. Ambos são movidos pelas certezas que extraem das revelações divinas ou do determinismo histórico. Acorrentados às suas respectivas convicções, avaliam que têm uma missão especial na terra, de inspiração divina ou revolucionária. O contrário do anti-lulismo e do anti-bolsonarismo primários é o pró-lulismo e o pró-bolsonarismo inocentes, que aceitam todas as presunções das duas tribos a seu próprio respeito. Em matéria de pandemia, isso inclui concordar com a tese segundo a qual as minorias são potências morais que só prestam contas às suas próprias noções de superioridade. Não é a hipocrisia dos dois grupos que assusta. A hipocrisia pelo menos exige alguma reflexão. O espantoso é notar que os devotos dos dois polos não estão sendo cínicos. Acreditam mesmo que a missão especial que cumprem na Terra lhes dá o direito de firmar uma aliança com o vírus. Quem observa à distância pode imaginar que sofrem de insanidade. Engano. Desfrutam cada segundo dela...”

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