O Democrata poderá se tornar uma empresa

12/03/22 - 22:31

O Cruzeiro foi o primeiro e num curto período de tempo vários clubes de futebol em todo o país aderiram ao modelo que predomina na maioria dos clubes do mapa do futebol mundial. Agora, está chegando a hora de o nosso Democrata Futebol Clube também se adequar a este modelo de gestão, que pode dar certo, desde que sejam encontrados os parceiros certos e tocado por profissionais competentes. Não há nenhum milagre e não existe nenhuma receita mágica de bolo. O que muda, na prática, é que todos os envolvidos diretamente na condução do clube passam a ser “donos”, proporcionalmente ao que investem. Com isso, as possibilidades de desvios de recursos e gastos desnecessários diminuem muito.

Juridicamente, o processo não é tão simples e fácil como boa parte da imprensa faz parecer. Uma série de exigências legais precisa ser atendida e nisso, o Democrata é dos poucos clubes de Minas Gerais que deve conseguir preencher a todos os requisitos. Graças ao trabalho sério e paciente desenvolvido pela atual diretoria, que tornou o Jacaré um “produto” altamente interessante para investidores do país e do exterior. O clube está organizado fiscal e contabilmente. Sem passivos trabalhistas, dívidas ínfimas (perto do que eram) e negociadas. O estádio é um dos maiores e melhores do estado, perto do Aeroporto Internacional de Confins e da capital. A cidade conta com quase 250 mil habitantes e vinha apoiando os jogos do time, presencialmente, de forma crescente, até a chegada Covid-19, uma tragédia que se abateu sobre o mundo todo.

Na próxima quarta-feira, dia 16, o Conselho Deliberativo do clube terá a primeira reunião para tratar do assunto. Depois de analisar o que se pretende, votará sim ou não para que o processo de mudança tenha continuidade. A diretoria teve alguns cuidados fundamentais para que o Democrata continue com a sua identidade preservada e pertencendo à Sete Lagoas, como: “manutenção do ativo Estádio Joaquim Henrique Nogueira (Arena do Jacaré), bem como a imutabilidade do nome, cores, símbolos, sede e demais características de identificação do Clube”.

Preocupação procedente. Investidores como os atuais do Manchester City, por exemplo, alteram as cores, incluem o nome “City”, e mudam o endereço da sede para onde quiserem, em qualquer parte do mundo.

Comparativamente, um modelo mais próximo ao do América, que além de prever a possibilidade de participação de qualquer cidadão como acionista, rechaça a ideia de o clube perder a sua identidade e renegar as suas origens.

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