Na terra de ninguém, dez candidatos, já! 

04/04/22 - 10:06

Disputa por cadeira na Assembleia Legislativa de Minas Gerais promete ser acirrada. (foto: Guilherme Dardanhan/ALMG)
Disputa por cadeira na Assembleia Legislativa de Minas Gerais promete ser acirrada. (foto: Guilherme Dardanhan/ALMG)

A atual legislação e a falta de lideranças políticas fortes (além de competentes) provocam situações estranhas, que geram consequências negativas para a população de Sete Lagoas e cidades vizinhas. Em outubro próximo quase 170 mil eleitores estarão aptos a votar para deputado senador, governador e presidente da república, nas diversas seções eleitorais de Sete Lagoas. Em 2018 foram 163.539. A reportagem que justifica a capa desta edição do SETE DIAS informa detalhes sobre as candidaturas a deputado estadual e federal locais, já confirmadas para o pleito deste ano.

São dez, por enquanto: sete à Assembleia Legislativa e três à Câmara Federal. E mais uma, quase certa, federal, que é 100% ligada a Sete Lagoas e região, do ex-governador Eduardo Azeredo, que além de filho de Renato Azeredo, um dos nossos melhores políticos, está em quase todo fim de semana na Fazenda da Lapa, que fica a poucos minutos do centro da cidade, no sentido Brasília. Lembrando também que Eduardo foi o governador que mais olhou para a região. Graças a ele, finalmente a BR-040 foi duplicada até Belo Horizonte e a montadora Iveco se instalou aqui, para ficar em apenas dois exemplos do quanto é importante termos gente local ocupando postos de relevo na política estadual e nacional.

Atualmente temos apenas um parlamentar sete-lagoano exercendo mandato: Douglas Melo, deputado estadual. É pouco, para a quantidade de eleitores, incluindo os das demais cidades da região, e corremos o risco de acabar não elegendo ninguém, devido à pulverização. Sabemos que além dos locais, milhares de “forasteiros” garimpam votos por aqui, o que dificulta tudo.

O ideal é que tivéssemos o sistema distrital, que garantisse o voto somente em candidatos regionais. Até que se esboçou um movimento neste sentido no Congresso, em Brasília, mas, sem sucesso.

Só uma liderança forte, de credibilidade e com bom trânsito entre todas as alas políticas, seria capaz de administrar egos e interesses dos muitos postulantes, para que chegassem a acordos que diminuíssem o número de candidatos daqui, para as mesmas cadeiras. Infelizmente, desde a saída da cena de protagonista de Marcelo Cecé, no fim dos anos 1990, a região ficou órfã de alguém com este perfil. Politicamente, nos tornamos uma terra de ninguém.

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