Marisa Figueiredo
Nunca pensei em salvar gatos (tenho gatos em casa), nem cavalos ou abelhas nativas. O que não saía da minha cabeça? Baleias. Eu, morando nas montanhas de Minas, com um sonho: salvar baleias em extinção. De verdade, nunca tinha visto uma baleia assim, ao vivo e em cores. Eram as baleias dos livros, dos filmes, da televisão, da minha imaginação. Havia baleias em perigo, morando na minha cabeça. E essa angústia vinha da mídia.
Em 1986, uma ONG chamou a minha atenção, ela começou a veicular no país uma campanha de educação ambiental para conscientizar a população dos problemas e ameaças causados às baleias. Quando fui convidada para escrever este artigo, eu lembrei de uma outra campanha publicitária. Uma academia colocou um outdoor em São Paulo que dizia o seguinte: Neste verão, quem você vai ser? Sereia ou Baleia? Pensei: as baleias são lindas e amadas. É isso! Importante ter amor por você, seja quem for, sereia ou baleia. Se não nos transformamos por dentro, não compartilhamos com autenticidade em rede. E as redes sociais estão aí, prontas para as conexões. Os mesmos motivos que me levaram a escolher a graduação em Comunicação Social em 1989 como propósito de carreira, impulsionam-me a acreditar que os primeiros segundos que utilizamos na publicidade, através de imagens, sons e textos são decisivos para que a mensagem se torne um conceito para alguém.
Vamos continuar falando de propagandas da década de 90. Que tal: "Não esqueça a minha Caloi", "Compre Batom" ou "O primeiro Valisère a gente nunca esquece"? Chego em 2022 sugerindo: não esqueça quem você é, compre ideias (não necessariamente com dinheiro) e no meu caso mais específico: o primeiro trabalho a gente nunca esquece. Sim! O primeiro na área de comunicação, antes mesmo de concluir a faculdade foi o trabalho inesquecível no Jornal Sete Dias. Lá alimentei os meus sonhos.
Trinta anos se passaram e os mesmos sonhos que tinha aos 19 anos permanecem e se realizam. Posso resumir que vejo a cidade e região se organizando cada vez mais para crescer e muitas empresas abrindo portas para o investimento em endomarketing. Hoje, eu trabalho com facilitação gráfica que é um modelo mental utilizado para desenvolver soluções a partir da empatia e visão sistêmica. Afinal, o componente humano é o centro e o foco da criação. O nosso trabalho (meu e da equipe multidisciplinar), propõe a busca de melhorias que possam gerar valor real para pessoas e organizações. Trazendo o design como recurso, essa abordagem é uma forma de criar processos inteligentes com maior agilidade. Então o que vejo? Pessoas conectando mentes e corações com propósitos comuns. Construções coletivas em ambientes de trabalho saudáveis com líderes inteiros e colaboradores dispostos a fazerem escolhas que possam impactar na vida uns dos outros. Pessoas se reposicionando profissionalmente através de mapas mentais, independentemente de serem parte de uma equipe. Investimentos em si mesmos. Escolhas.
“Eu caso ou compro uma bicicleta"? Eu fiz os dois! Casei-me com o Leo e comprei a bicicleta para conhecer novos caminhos e conquistar anunciantes para o Jornal. Não dá para esquecer nenhum detalhe, porque a história do Sete Dias também é a minha história. Essa é a ideia! Vamos viver os nossos sonhos, eles estão dentro de nós, só nos resta compartilhar. A rede está aí. Para que possamos produzir algo para salvar alguém é preciso salvar a nós mesmos primeiro. “Em caso de despressurização as máscaras de oxigênio cairão automaticamente.
Caso esteja acompanhado de alguém que necessite de sua ajuda, coloque sua máscara primeiro para em seguida ajudá-lo.” E que possamos voar juntos, sempre com empatia e amor. Se for escrever um texto, ele precisa ser a minha cara e quem sabe, inspirar alguém!! Quem sabe esse alguém é você?!
Marisa Figueiredo é publicitária e especialista em gestão estratégica de endomarketing.
