Coluna Espírita

Só depende de nós

06/02/22 - 13:05

Por Aloísio Vander

Aloísio Vander

Certa ocasião perguntaram a Allan Kardec a utilidade prática do Espiritismo, uma vez que, até o seu aparecimento, a Humanidade prescindira dele. O inquiridor era um completo cético em relação às questões espirituais.

Kardec redarguiu que a Humanidade viveu muito bem antes do surgimento de muitos inventos como, por exemplo, as vias férreas e o vapor, que àquela época revolucionavam o mundo.

É certo que as pessoas viviam bem antes da invenção do telefone, do avião, do computador, do automóvel, porém é inegável que vive-se muito melhor com eles. O mesmo podemos dizer do Espiritismo.

O movimento espírita teve início em março de 1848, nos Estados Unidos, com a família Fox.

A casa onde morava a família Fox, que era metodista, e que, por esse motivo, nem de longe cogitava sobre comunicações com os “mortos”, fora palco, cinco anos antes, do brutal assassinato de um homem. Era um caixeiro viajante morto pelo dono da casa que cobiçava as mercadorias que ele trazia consigo.

O Espírito do caixeiro entrou em contato com as duas filhas do casal Fox e revelou seu drama. Inicia-se aí a chamada “telegrafia espiritual”. Anos depois, o esqueleto do caixeiro e o seu baú foram encontrados na casa.

A prática das comunicações chegaria celeremente à Europa, encontrando sérios e dedicados investigadores, entre eles Allan Kardec, o único a, de fato, sistematizar os conhecimentos advindos das comunicações com os “mortos”, formulando uma sólida doutrina.

Por incrível que possa parecer, muitas pessoas, inclusive da cúpula das religiões organizadas, que deveriam ser as mais interessadas na vulgarização das informações sobre a vida futura, tudo fazem para ocultá-las, inclusive recrutando falsos parapsicólogos para combatê-las, numa postura tipicamente materialista. Que paradoxo!...

Os mais sérios empecilhos à adesão das informações trazidas pelo Espiritismo sobre a vida no plano espiritual são o hedonismo e o utilitarismo. Admiti-las resultaria numa profunda revolução ético-comportamental, porque se decretaria assim a morte dessas doutrinas materialistas, e todos compreenderiam que não estamos aqui só para gozar, passando a ver a vida como oportunidade bendita para aprender a arte sublime de amar, e enxergando a Terra como uma abençoada escola para a educação do Espírito imortal.

Assim será no futuro. Depende de nós que ele chegue mais rápido ou que demore indefinidamente.

 

Aloísio Vander