Por Aloísio Vander
Coluna Espírita
Salvação
Aloísio Vander
“E, tirando-os para fora, disse: Senhores, que me é necessário fazer para me salvar?” (Atos, 16:30)
Paulo e Silas, orando fervorosamente aos céus, haviam provocado um intenso tremor de terra que abalou as estruturas da prisão em que autoridades ignorantes e inescrupulosas os haviam mandado prender.
Reconhecendo o poder espiritual do apóstolo dos gentios e de seu fiel colaborador, o carcereiro, completamente atordoado, aproximou-se dos dois missionários e prostrou-se diante deles. Em seguida, os conduziu para fora da sela e inquiriu-os respeitoso, porém incisivo: “Senhores, que me é necessário fazer para me salvar?”
O carcereiro, simbolicamente, somos todos nós. Estamos sempre prendendo algo ou alguém, fora ou dentro de nós. Mantemo-lo preso, mas ao mesmo tempo somos constrangidos a estagiar nas mesmas condições, sofrendo idênticos padecimentos.
Todo obsessor um dia se cansa de manter-se em tal posição. Não suporta mais sofrer e passa a suspirar pela libertação. Estamos diante de um desses casos.
O carcereiro do versículo em foco estava exausto, certamente havia malogrado em numerosas experiências. Enfim, reconhecera em Paulo e Silas legítimos portadores de roteiro seguro para a paz e a felicidade.
Muitos de nós, além de perturbarmos os outros nos auto-obsidiamos. Pessoas que levam uma vida aparentemente normal são intimamente torturadas por frustrações diversas. Anseiam por salvação.
E esta é a pergunta que devemos nos fazer diariamente: “Que me é necessário fazer para me salvar? O que fazer para me salvar dos males que eu mesmo promovo em minha vida, oriundos da insatisfação e da repetição dos mesmos erros?
Para obter a resposta, precisamos nos deslocar da área de conforto onde nos habituamos a estacionar, para ir de encontro às necessidades dos nossos semelhantes e sermos úteis a eles. Então ouviremos a voz doce e melodiosa de Jesus a sussurrar nas profundezas da nossa alma: “Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração; e achareis descanso para as vossas almas.”
