Coluna Espírita

Mecanismos da Reencarnação

27/06/21 - 07:13

Por Aloísio Vander

Aloísio Vander

André Luiz, em seu livro Missionários da Luz, faz um estudo belíssimo de como se processa a reencarnação de um espírito de mediana evolução terrestre.

O futuro reencarnante, em vida passada, havia matado em um duelo aquele que o receberia como pai. Por isso mesmo, o futuro pai, nos contatos com o futuro filho, promovidos pelos mentores espirituais durante o sono, mostrava-se muito resistente.

Foi longo e paciente o trabalho de reaproximação dos dois velhos adversários, a fim de que a reencarnação se processasse sem sobressaltos.

Uma vez vencida essa primeira fase, os guias espirituais se deparam com o reencarnante que, no momento decisivo, caiu em depressão, com receio de falir novamente. Esse medo é comum a quase todos nós. É, talvez, maior que o medo de morrer.

André Luiz mostra o reencarnate sendo ligado ao óvulo poucas horas após a fecundação. Depois acompanha o desenvolvimento do mesmo, constatando que o processo ontogênico repete a filogênese, ou seja, em alguns poucos meses o zigoto recapitula, plasticamente, todas as etapas evolutivas do ser humano na Terra, da ameba ao homo sapiens.

André Luiz também esclarece sobre as questões ligadas à hereditariedade, afirmando que o novo corpo recebe o patrimônio genético dos pais, todavia inúmeros fatores exercem influência sobre ele: a influência dos moldes mentais da mãe, a atuação do próprio reencarnante e o concurso dos técnicos espirituais.

A reencarnação é lei imarcescível.

Muita gente, porém, teima em negá-la, alegando que, se já vivemos muitas vidas, deveríamos nos lembrar delas.

Ao reencarnar, o Espírito recebe um cérebro novinho, portanto sem qualquer registro mnemônico. Pela diferença dimencional entre o Espírito e o corpo de carne, aquele não consegue transferir para este o seu arquivo de experiências vividas no passado. Pelo menos de forma integral. Esse arquivo será “baixado” pouco a pouco e chegará, lentamente, ao campo cerebral, em forma de tendências, aptidões e impulsos inatos, à medida em que o cérebro se desenvolve. Essas tendências manifestam-se desde a infância, expandindo-se no transcorrer da adolescência e consolidando-se na idade adulta.

Rematamos com a voz ponderada de Allan Kardec: “Não pode o homem, nem deve, saber tudo. Deus assim o quer em Sua sabedoria. Sem o véu que lhe oculta certas coisas, ficaria ofuscado, como quem, sem transição, saísse do escuro para o claro. Esquecido de seu passado ele é mais senhor de si.”

Aloísio Vander