Coluna Espírita

Filho pródigo

16/05/21 - 07:25

Por Aloísio Vander

Aloísio Vander

A Parábola do Filho Pródigo relata que um certo homem tinha dois filhos e que o mais moço solicitou do pai a parte que lhe cabia na herança da fazenda. O pai aquiesceu.

O moço, depois de receber sua parte, saiu de casa e dissipou tudo em vida dissoluta. Em seguida, sem nenhum recurso, passou a sofrer rudes provações, com as quais sequer sonhou estando sob a proteção de seu Pai. Mergulhado nesse quadro doloroso foi visitado pelo arrependimento sincero, que o conduziu à seguinte reflexão: “Quantos empregados de meu pai têm abundância de pão, e eu aqui pereço de fome! Levantar-me-ei, irei ter com meu pai.”

Destacamos dois movimentos importantes empreendidos pelo jovem perdulário: o primeiro, de levantar-se, que podemos interpretar como sendo uma firme decisão de abandonar o comportamento que o levou à ruína por outro mais harmonioso e equilibrado; o segundo, consequência do primeiro, a mudança de mentalidade e comportamento para melhor, elevando seus sentimentos e pensamentos.

É nessa condição, totalmente renovado em sua forma de interpretar a vida e o mundo, que o Pai o recebe prontamente. Ao recebê-lo, disse o pai aos seus servos: “Trazei depressa a melhor roupa, e vesti-lha, e ponde-lhe um anel no dedo e alparcas nos pés.” E, por fim, disse: “Regozijemo-nos, porque este meu filho estava morto, e reviveu; tinha-se perdido, e foi achado.”

Está repleta de símbolos profundos a postura do Pai, pondo no dedo do filho um anel e vestindo-lhe com a melhor roupa. O anel representa o laurel pela aquisição de experiência e autoridade sobre a vida. A melhor roupa, significa a renovação de sua atmosfera psíquica. As alparcas, novas bases de sustentação e proteção contra os calhaus e abrolhos, tão abundantes na vida planetária.

Nos ensinos de Jesus, o Reino dos Céus não se encontra interditado nem ao mais perverso dos criminosos. Porque ele, o Reino dos Céus, não é um lugar, uma circunscrição territorial, mas um estado da alma, que começa a se caracterizar por um desejo profundo de reparar o mal feito a si ou aos outros, e consolida-se na caminhada persistente pela trilha do bem comum.

É nesse sentido que entendemos a asserção que Jesus dirigiu a um dos homens que se encontrava crucificado ao seu lado: “Em verdade te digo que hoje estarás comigo no paraíso.”

Aloísio Vander