Coluna Espírita

Ciência de Deus

31/03/24 - 07:00

Por Aloísio Vander

Todas as religiões existentes tiveram sua origem em revelações divinas.
    No início da Idade Moderna, com a difusão das ideias de Bacon, Galileu, Descartes e outros, exaltando os “métodos científicos”, a revelação divina cai vertiginosamente no descrédito dos homens ditos “pensadores racionais”.
    Curiosamente, a ciência dita “oficial” substitui a religião também dita “oficial” na arte de dogmatizar, fazendo crer que somente aquilo que ela aprovasse poderia ser tido como verdade “comprovada”.


    Esse procedimento gerou tantos cépticos que, do seu próprio seio, surgiram mentes como Karl Popper, Thomas Kuhn e Michel Foucault para colocar abaixo todas as suas “certezas científicas” [leia-se dogmas].
    O que nós percebemos, é que esse longo litígio entre ciência e religião só trouxe malefício à alma humana: crentes fundamentalistas de ambas as partes.
    Por isso, é necessário olhar com muita atenção a proposta espírita de unificação entre ciência e religião.
    A Allan Kardec coube demonstrar que não é apenas possível, mas sobretudo extremamente benéfico conectar esses dois aspectos da Grande Verdade Universal, a fim de lograrmos uma visão mais ampla da obra de Deus.
    Kardec recebeu inúmeras revelações [comunicações], provenientes do mundo invisível. Analisou milhares dessas comunicações, constatando a coerência do que muitas delas afirmavam com os progressos então alcançados pela ciência do mundo.
    Essa conexão de visões propiciou o surgimento da Doutrina Espírita, que mescla as duas revelações: a de origem espiritual e a de origem humana.
    E Kardec levou tão a sério essa proposta e respeitou tanto as conquistas humanas que, disse ele: “se novas descobertas lhe demonstrassem [ao Espiritismo] estar em erro acerca de ponto qualquer, ele se modificaria nesse ponto. Se uma verdade nova se revelar, ele a aceitará.”


    Felizes aqueles que já venceram as barreiras do preconceito, seja religioso, seja científico, e que reconheceram essas grandes verdades. Estes vivem mais tranquilos em relação às tribulações da vida material, porque, vivendo no presente, aguardam serenos as realidades da vida imortal.

Aloísio Vander