Coluna Espírita

A moral cristã

20/06/21 - 13:27

Por Aloísio Vander

Aloísio Vander

Não foi por mero elogio que Emmanuel intitulou Allan Kardec como “um dos mais lúcidos discípulos do Cristo” e que Camille Flammarion o denominou “o bom-senso encarnado”. Esses títulos se justificam em cada página da Codificação do Espiritismo e, particularmente, em “O Evangelho segundo o Espiritismo”, seu terceiro livro. Nele, Allan Kardec tem, como um de seus principais escopos, auxiliar os neófitos a interpretar o Evangelho à luz da Doutrina Espírita. Logo ao selecionar os textos, ele deixa a sua marca.

Kardec inicia o livro “O Evangelho segundo o Espiritismo” propondo uma divisão das matérias contidas nos Evangelhos:

“Podem dividir-se em cinco partes as matérias contidas nos Evangelhos: os atos comuns da vida do Cristo; os milagres; as predições; as palavras que foram tomadas pela Igreja para fundamento de seus dogmas; e o ensino moral. As quatro primeiras têm sido objeto de controvérsias; a última, porém, conservou-se constantemente inatacável. Diante desse código divino, a própria incredulidade se curva. É terreno onde todos os cultos podem reunir-se, estandarte sob o qual podem todos colocar-se, quaisquer que sejam suas crenças, porquanto jamais ele constituiu matéria das disputas religiosas, que sempre e por toda a parte se originaram das questões dogmáticas. (...) Essa parte é a que será objeto exclusivo desta obra.”

Foi Mahatma Gandhi quem afirmou: “se todo o conhecimento do mundo se perdesse, se todos os livros se queimassem e se todos os registros fossem apagados, restando apenas o Sermão da Montanha, ainda assim a Humanidade teria salvação”. Certamente, foi por essa razão que Allan Kardec compôs nada menos que cinco capítulos da referida obra só com as Bem-aventuraças, pedra angular do Sermão do Monte.

Isso explica a receptividade que “O Evangelho segundo o Espiritismo” tem entre os simpatizantes do Espiritismo. É a obra mais vendida de Allan Kardec no Brasil.

A regeneração planetária se avizinha. Então, as Bem-aventuranças estarão se consolidando na mente e no coração dos habitantes deste orbe. E o “amai-vos uns aos outros” não será mais uma bela peça de retórica nos lábios dos pregadores, mas ação viva a fluir, espontânea, da conduta de cada ser humana.

Aloísio Vander