Sete Dias Indica

Velozes e Furiosos 9 - Agora no espaço... de carro, é sério!

13/08/21 - 20:05

Por Sétima Arte

Wellberty Hollyvier D’Beckher

Que a franquia Velozes e Furiosos não se leva a sério a gente já sabe há muito tempo, mas não se levar a sério e subverter gêneros nem sempre é ruim, Máquina Mortífera fez isso nos seus quatro filmes. Bud Spencer e Terence Hill, ambos italianos, faziam filme de faroeste bem engraçados, longe daquela classe dos filmes de Sérgio Leone, mas nem por isso menos relevante.

Mas neste filme eles abusaram ao ponto de algumas cenas serem parecidas retiradas de algum jogo de vídeo game de baixa qualidade e abusam da inteligência do expectador. Logo no início do filme eles passam de carro correndo por um campo minado e, segundo a lógica do filme, se passarem a mais de 80km por hora é de boa.



Jason Statham e Dwayne Johnson fazem muita falta ao filme. No último, eles tinham personagens muito importantes e é inegável o carisma da dupla. Não sei o que aconteceu, acho que eles leram o roteiro e viram que era demais, até mesmo para Velozes e Furiosos. Chalize Theron, anunciada como grande vilã da trilogia que fecha a saga, quase não tem tempo de tela, aquela vilã fria e assustadora do último filme é abandonada neste. Espero que no filme 10 ela e a história desta trilogia seja muito, mas muito melhor e tenha um final ao menos plausível.

Acho que Helen Mirrem andava com algumas contas atrasadas, só isto justifica uma atriz do seu nível e vencedora do Oscar participar deste projeto. Vê-la assaltando um leilão e saindo pilotando uma Lamborghini a toda velocidade fugindo da polícia pelas ruas de Paris é, para dizer o mínimo, patético. Ela entrou na história só para dar uma informação a Dom, poderia ter sido de uma forma melhor, e com outra atriz.

Aqui o vilão parece ter saído de um filme de 007. Um almofadinha sem graça precisa recuperar duas partes de um artefato e seu código para dominar o mundo. Com este artefato ele terá controle a todas as armas nucleares do mundo, acesso irrestrito a qualquer meio de comunicação, como internet, smartphones e satélites, mas para isso ele precisa da ajuda do irmão de Dom Jakob Toretto (John Cena, tão expressivo quanto uma porta), quando o vilão consegue o que quer tenta despachar Jakob, mas estamos em Velozes e Furiosos onde sempre prevalece a união familiar.

Para que o artefato funcione é preciso lançar um satélite e, ao saber disso, Dom e sua turma só veem uma saída: destruir o satélite. Então um avião lança um carro com foguetes acoplados ao espaço e, sim, eles vão para o espaço destruir o satélite pilotando um carro. Gente, quando vi esta asneira dei uma pausa, respirei fundo, acendi um paieiro, tomei um gole da minha cerveja e pensei “eu me recuso a acreditar que alguém em sã consciência vá levar tal galhofa a sério. Como que quatro roteiristas, vários produtores e o diretor, imaginaram que isso seria crível?”. 

Confesso que de todos os filmes da franquia este é disparado o pior deles. Nada neste filme se salva, não tem uma cena que você olhe e diga “que legal”, tudo o que dizemos é “pra quê? por quê?”. Só assisti esta palhaçada em forma de filme para fazer esta resenha para vocês e meu conselho é “passem longe dessa bomba”.

O filme pode ser visto nos cinemas. Nota 2\10 


imagemWellberty Hollyvier D’Beckher é formado em artes cênicas pela UFMG, pela faculdade do Rio de Janeiro em crítica e análise de filmes, além de cinéfilo desde os dez anos de idade.

 

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