Imagine você tomando socos, pontapés e tendo seus pertences levados ao sair do banheiro de uma das casas de espetáculos mais famosas do país! E com o seu filho, criança, de sete anos de idade, assistindo tudo! Pois aconteceu, em Belo Horizonte, no Mineirão, no dia 5, depois do jogo Atlético 1 x 0 Emelec, pela Libertadores da América, com o jornalista Bira Marinho, vice-presidente da Associação Mineira de Cronistas Esportivos – AMCE. Espancado e assaltado ao sair de um banheiro da esplanada do Mineirão.
Agora, imagine no interior do estado, crianças na faixa entre 10 e 12 anos de idade, sendo abordadas indevidamente por um adulto no banheiro do grande Shopping da cidade. As crianças reagem, denunciam a abordagem e as famílias tomam as providências devidas: procuram a direção do Shopping e as autoridades policiais. Isso foi aqui, em Sete Lagoas, dia 29 de junho.
Em ambos os casos o que mais surpreendeu e revoltou, foi o descaso a omissão e lentidão dos “anfitriões”. No dia que foi acionada, a direção do Shopping disse que entraria em contato com uma das famílias em até sete dias. Como isso não ocorreu, foi cobrada, e recebeu o seguinte retorno: “Lamentamos muito pelo ocorrido. Neste caso, sugerimos que registre um Boletim de Ocorrência para que o assunto possa ser conduzido da melhor forma. Mantemo-nos à disposição em caso de dúvidas. Abs,- Administração – Shopping Sete Lagoas”
Inacreditável. Mas, assim foi feito. A ocorrência foi registrada no posto policial do CAT JK, onde a Polícia Militar deu a maior atenção e tratou o assunto com a seriedade que merece.
Até o fechamento desta edição, nenhum novo retorno do centro de compras, e ficam alguns questionamentos: o Shopping não se sente responsável pelo ocorrido em suas dependências? E as câmeras de segurança? Funcionam? Foram verificadas para identificação do indivíduo? As crianças relataram horário, vestimenta e muitas características físicas. Fica por isso mesmo? Será que criminosos estão atuando livremente por lá? É seguro, para crianças e adultos. frequentarem este local?
No caso do Mineirão, tem sido comum, depois de quase todo jogo do Atlético e do Cruzeiro, denúncias via imprensa, de assédio a mulheres, agressões e assaltos. Não raramente as mulheres acusam os seguranças do estádio de fazerem “vistas grossas” ou serem coniventes com os assediadores. E fica por isso mesmo.
O diretor do estádio, Samuel Lloyd, falou ao jornal O Tempo, como se a responsabilidade maior da segurança dentro de seus espaços não fosse do Mineirão: “... O que a gente vai fazer, como prioridade, é, nas reuniões da Federação (que ocorrem antes de todos os jogos), discutir os esquemas táticos a fundo com todos os participantes”.
E assim segue o Brasil!
