Estudo mostra que remuneração média mensal das mulheres é 17% menor que a dos homens em 2022.
Um levantamento realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelou que as mulheres receberam salários menores que os homens em 82% das principais áreas de atuação no Brasil em 2022. Segundo o estudo, entre 357 áreas analisadas, as mulheres ganhavam salários médios iguais ou superiores aos dos homens em apenas 63, representando 18% dos setores.
Os dados, baseados no Cadastro Central de Empresas (CEMPRE) de 2022, excluem empresários enquadrados como Microempreendedor Individual (MEI). A pesquisa destaca que o salário médio das mulheres foi de R$ 3.241,18, enquanto o dos homens foi de R$ 3.791,58, resultando em uma diferença de 17%.
A área com a maior disparidade salarial foi a de fabricação de mídias virgens, magnéticas e ópticas, onde os homens receberam R$ 7.509,33, em comparação com R$ 1.834,09 pagos às mulheres, uma diferença de 309,4%. Em contrapartida, na área de organismos internacionais e outras instituições extraterritoriais, as mulheres ganharam, em média, R$ 9.018,70, 47,7% a mais que os homens, que receberam R$ 4.717,09.
Entre os 20 grandes grupos de atuação, conforme a Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE), as mulheres tiveram salários menores em 17 deles. A maior diferença foi registrada nas atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados, onde os homens ganharam, em média, R$ 10.469,21, enquanto as mulheres receberam R$ 6.205,02, uma diferença de 68,7%.
Os únicos grupos em que as mulheres receberam salários médios maiores que os homens foram:
- Organismos internacionais e outras instituições extraterritoriais: Mulheres ganharam R$ 9.018,70, 47,7% a mais que os homens, que ganharam R$ 4.717,09.
- Construção: Mulheres receberam R$ 3.381,12, 17,9% a mais que os homens, que receberam R$ 2.776,09.
- Indústrias extrativas: Mulheres ganharam R$ 6.791,76, 6,8% a mais que os homens, que ganharam R$ 6.328,57.
A pesquisa do IBGE destaca que, apesar dos avanços em algumas áreas, a desigualdade salarial permanece uma questão significativa no mercado de trabalho brasileiro. Analisar e entender esses números é essencial para promover políticas de igualdade de gênero e criar um ambiente de trabalho mais justo e inclusivo para todos.