A Finep e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) lançaram, em 7 de janeiro, um edital de chamada pública com o objetivo de impulsionar planos de negócios focados na transformação de minerais estratégicos. O edital, com um orçamento de R$ 5 bilhões, inclui linhas de crédito, participação acionária e recursos não reembolsáveis para investimentos em pesquisa, desenvolvimento e inovação (PD&I), com foco na transição energética e descarbonização.
O programa busca desenvolver cadeias produtivas de minerais como lítio, terras raras, níquel, grafite e silício, além de apoiar a fabricação de componentes como células de baterias, células fotovoltaicas e ímãs permanentes. O apoio será direcionado tanto para plantas industriais em grande escala quanto para plantas-piloto, pesquisas e estudos que viabilizem novas capacidades industriais, conforme o estágio dos projetos.
O Brasil destaca-se no cenário global com reservas e produção de minerais estratégicos. O país é líder mundial em nióbio, possui a segunda maior reserva de grafite natural e é um dos maiores produtores de níquel, terras raras, lítio e silício. Isso posiciona o Brasil como um grande fornecedor de materiais críticos para a transição energética e descarbonização, além de outras tecnologias.
A recente validação do potencial das reservas brasileiras de lítio e terras raras, com a operação de grandes minas, tem atraído investimentos e impulsionado novas descobertas em projetos de classe mundial.
Isso contribuirá para um crescimento acelerado da produção desses minerais no país.
O presidente da Finep, Celso Pansera, afirmou que o Brasil, com suas vastas reservas e potencial científico, está posicionado para liderar a transição energética global. Ele enfatizou que o país não quer ser apenas um fornecedor de recursos naturais, mas também protagonista na criação de um futuro mais sustentável e de baixo carbono.
Para o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, a chamada pública visa mobilizar diversos atores das cadeias produtivas desses minerais, incluindo mineradoras e detentores de tecnologias, tanto nacionais quanto internacionais. Ele destacou que a iniciativa é um avanço importante para o desenvolvimento sustentável e tecnológico do Brasil, alinhado aos objetivos da nova política industrial e do plano de transformação ecológica do governo.
O Brasil possui grande capacidade de geração eólica e solar, além de um mercado automotivo em processo de eletrificação, o que aumenta a demanda por componentes como células de baterias. A crescente capacidade de consumo interno, somada à demanda internacional, torna o país um candidato forte para investimentos em refino, metalurgia e na oferta de materiais transformados de alto valor, como óxidos de terras raras e outros materiais usados em turbinas eólicas, veículos elétricos e energia solar
INOVAÇÃO EM PAUTA
por Janayna Bhering @janaynabhering
Engenheira com Mestrado em Ciência e Tecnologia; Especialista em Estatística Aplicada a Processos (Six Sigma Black Belt) e Gestão da Inovacao; Doutoranda em Inovação e Tecnologia pela UFMG.
