Jesus disse: “Bem-aventurados os pobres de espírito, pois que deles é o reino dos céus.”
No parecer do mundo, pobres de espírito são os fracassados, incapazes, cretinos, débeis… Mas, segundo o Cristo, são os humildes. São aqueles que sabem o seu “tamanho”. Os humildes são bem-aventurados porque estão voltados para os valores espirituais, que são imperecíveis. Os humildes deixam em segundo plano os interesses mundanos e voltam-se, preferencialmente, para os assuntos do Espírito imortal. Foi para este ponto que Jesus alertou a irmã de Lázaro: “Marta, Marta, estás ansiosa e perturbada com muitas coisas; entretanto poucas são necessárias, ou mesmo uma só; e Maria escolheu a boa parte, a qual não lhe será tirada.” Jesus foi o nosso mais alto exemplo de humildade. Governador espiritual do orbe terrestre, poderia ter nascido no berço dos mais altos círculos da política, da economia ou do
poder, mas preferiu nascer numa manjedoura, cercado por animais e gente humilde. Na sua trajetória pelo mundo, jamais valeu-se do apoio dos grandes do mundo, pelo contrário, deles recebeu forte resistência. Humilde não é aquele de voz melíflua, que curva facilmente a cerviz, mas é aquele
que se conhece por dentro, que sabe da sua pequenez perante a Vida e, por isso, assume
perante ela a posição de aprendiz que deseja conhecer a vontade do Criador para cumpríla. Tal como Jesus que afirmou: “Não procuro a minha vontade, mas a vontade daquele que me enviou”.
O Mestre encerra a primeira bem-aventurança dizendo que dos humildes é o reino dos céus. O reino dos céus não é, como ainda pensam muitos, uma região circunscrita no espaço. Ele é um estado de espírito, próprio de todo aquele que alcança a harmonização com as leis de Deus, esteja este indivíduo encarnado ou desencarnado. Conforme nos dá a entender o próprio Evangelho: “Sendo Jesus interrogado pelos fariseus sobre quando viria o reino de Deus, respondeu-lhes: O reino de Deus não vem com aparência exterior; nem dirão: Ei-lo aqui! ou: Ei-lo ali! pois o reino de Deus está dentro de vós.