Mecanismos da prece
Há mais de 160 anos, a Doutrina Espírita demonstrou que orar não é apenas um ato
de fé, mas também de racionalidade.
Ouçamos Allan Kardec, o apóstolo do Espiritismo: “O Espiritismo torna compreensível
a ação da prece (…). Para apreendermos o que ocorre em tal circunstância, precisamos
conceber mergulhados no fluido universal, que ocupa o espaço, todos os seres, encarnados e desencarnados, tal qual nos achamos, neste mundo, dentro da atmosfera. Esse fluido recebe da vontade uma impulsão; ele é o veículo do pensamento, como o ar o é do som, com a diferença de que as vibrações do ar são circunscritas, ao passo que as do fluido universal se estendem ao infinito. Dirigido, pois, o pensamento para um ser qualquer, na Terra ou no espaço, de encarnado para desencarnado, ou vice-versa, uma corrente fluídica se estabelece entre um e outro, transmitindo de um ao outro o pensamento, como o ar transmite o som.”
Quanto mais potente for o sentimento e o pensamento, mais alto chegará a prece, alcançando os Espíritos evoluídos, possuidores de amplos recursos para auxiliar os homens.
A afirmativa de Jesus quando disse que tudo que pedíssemos em oração, se crêssemos, receberíamos, deve ser levada muitíssimo a sério.
Evidentemente que os nossos pedidos devem estar em sintonia com as Leis Divinas. Além disso, uma consciência tranquila amplia o poder da fé. Ainda devemos estar cientes de que o Senhor somente nos concederá aquilo de que realmente tenhamos necessidade. Mesmo que aos nossos olhos não pareça bom.
Para ficar mais claro, passemos novamente a palavra a Allan Kardec: “Em geral, o homem apenas vê o presente; ora, se o sofrimento é de utilidade para a sua felicidade futura, Deus o deixará sofrer, como o cirurgião deixa que o doente sofra as dores de uma operação que lhe trará a cura. O que Deus lhe concederá sempre, se ele o pedir com confiança, é a coragem, a paciência, a resignação. (…) Entretanto, as mais das vezes, o que o homem quer é ser socorrido por milagre, sem despender o mínimo esforço.”
Mais claro que isso, impossível!
por Aloísio Vander aloisiovander@yahoo.com.br