Oração e esforço pessoal
Há quase dois séculos, o Espiritismo demonstrou que orar não é apenas um ato de fé, mas também de racionalidade. Ouçamos Allan Kardec, o Apóstolo do Espiritismo: “O Espiritismo torna compreensível a ação da prece (…). Para apreendermos o que ocorre em tal circunstância, precisamos conceber mergulhados no fluido universal, que ocupa o espaço, todos os seres, encarnados e desencarnados, tal qual nos achamos, neste mundo, dentro da atmosfera. Esse fluido recebe da vontade uma impulsão; ele é o veículo do pensamento, como o ar o é do som, com a diferença de que as vibrações do ar são circunscritas, ao passo que as do fluido universal se estendem ao infinito. Dirigido, pois, o pensamento para um ser qualquer, na Terra ou no espaço, de encarnado para desencarnado, ou vice-versa, uma corrente fluídica se estabelece entre um e outro, transmitindo de um ao outro o pensamento, como o ar transmite o som.” Quanto mais potente for o sentimento e o pensamento, mais alto chegará a prece, alcançando os Espíritos evoluídos, possuidores de amplos recursos para auxiliar. A afirmativa de Jesus quando disse que tudo que pedíssemos em oração, se crêssemos, receberíamos, deve ser levada muitíssimo a sério. Evidentemente que os nossos pedidos devem estar em harmonia com as Leis Divinas. Além disso, uma consciência tranquila amplia o poder da fé. Ainda devemos estar cientes de que o Senhor somente nos concederá aquilo de que realmente tenhamos necessidade. Mesmo que aos nossos olhos não pareça bom. Para ficar mais claro, passemos a palavra ao insigne Allan Kardec: “Em geral, o homem apenas vê o presente; ora, se o sofrimento é de utilidade para a sua felicidade futura, Deus o deixará sofrer, como o cirurgião deixa que o doente sofra as dores de uma operação que lhe trará a cura. O que Deus lhe concederá sempre, se ele o pedir com confiança, é a coragem, a paciência, a resignação. Também lhe concederá os meios de se tirar por si mesmo das dificuldades, mediante ideias que fará lhe sugiram os bons Espíritos, deixando-lhe dessa forma o mérito da ação.
por Aloísio Vander aloisiovander@yahoo.com.br