Por Aloísio Vander
Na questão 85 de “O Livro dos Espíritos”, de Allan Kardec perguntou aos Imortais: “Qual dos dois, o mundo espírita ou o mundo corpóreo, é o principal, na ordem das coisas?” E os seus guias espirituais responderam: “O mundo espírita, que preexiste e sobrevive a tudo.”
“Mundo espírita” significa mundo espiritual. Ele preexiste, ou seja, existe antes do mundo material. Isso significa que nós, inteligências humanas, antes de termos um corpo de carne, já existíamos em espírito.
A condição de mundo de prova e expiação em que a Terra ainda se encontra é devido à morosidade de seus habitantes em se espiritualizarem.
Jesus já fez tudo ao seu alcance para ensinar-nos o caminho da redenção espiritual.
E o caminho da redenção é nascer na manjedoura da humildade e da simplicidade; seguir sem desvios a “Via Crucis”, que significa encarar e superar todas as provações dolorosas da vida, sem nos desviar delas; morrer na cruz, que é aprender a sacrificar-se pelo bem dos outros; por fim ressuscitar: despertar para uma nova vida íntima, encontrando dentro de si mesmo uma fonte perene de contentamento, fazendo a vontade do Pai, vivendo plenamente a Lei de Amor.
A vida na Terra expressa hoje o patamar evolutivo que já alcançamos. Cumpri-nos, porém, avançar muito mais. E o que os homens de ciência ainda não viram, só os grandes místicos, é que o progresso não se faz apenas com manipulações genéticas, através de mecanismos exteriores, mas a evolução, em verdade, se processa de dentro para fora, na intimidade do espírito para refletir-se depois na matéria.
Lembramos ainda o final da resposta dos guias de Kardec: “e sobrevive a tudo”. Ela nos ajuda a conservar na memória que o nosso destino final não é permanecer na Terra, mas avançar na direção dos Universos sem fim, dos quais somos herdeiros por filiação divina.
O corpo é instrumento perecível; mas a alma nunca perece e tem outro destino, conforme a expressão do apóstolo Paulo: “O primeiro homem, sendo da terra, é terreno; o segundo homem é do céu.”