EDITORIAL
Apoiado massivamente em Sete Lagoas e região em sua eleição e depois reeleição, o governador Romeu Zema continua em débito com todos nós em três antigas sérias demandas que antecedem a ele. E agora, mais uma: a duplicação da vergonhosa rodovia MG-424 (a “estrada velha” para Belo Horizonte), o asfaltamento da estrada que liga Sete Lagoas a Araçaí, o Hospital Regional e a mais recente, que é a definição do que será feito do enorme e valiosíssimo terreno da Escola da Cemig, que já foi uma das melhores e mais importantes da América Latina e que está tendo um triste fim.
Zema sempre foi e sempre será muito recebido na cidade e região, como no ano passado, quando veio para o lançamento da nova linha de caminhões da IVECO. Mas os apoiadores dele, de primeira hora, e os atuais aliados políticos, precisam lembrá-lo dessas demandas e compromissos assumidos, quando nem ele e nem ninguém, imaginava que ele tivesse alguma chance de ser eleito, em 2018.
Se as antigas e aguardadas obras não saem do papel, essa nova demanda não pode se transformar em um grande prejuízo para a cidade, já que são muitas as especulações quanto ao futuro do terreno da Escola da Cemig. Com o silêncio do governo do estado e da empresa de energia, é natural que haja todo tipo especulação. A maior delas é que o governo poderá vender a área para fins imobiliários ou industriais.
Por via das dúvidas, agiu muito bem, preventivamente, a Câmara Municipal, que aprovou o Projeto de Lei 09/2024, que altera a Lei Complementar número 209 de 2017 sobre o uso e ocupação do solo em Sete Lagoas. A proposta, de autoria do presidente da casa, vereador Caio Valace, visa evitar a privatização e especulação imobiliária da UniverCemig, também conhecida como “escolinha da Cemig”. “Havia o risco de ser transformada em parque industrial ou condomínio residencial de luxo”, de acordo com o texto.
Inúmeras importantes destinações poderiam e podem ser dadas a este terreno, que foi doado pelo município para que a Cemig instalasse a escola. Por exemplo, o Centro Administrativo da cidade. Apesar de 240 mil habitantes e da pujança financeira, Sete Lagoas tem uma das menores e mais ultrapassadas sedes administrativas do estado, além de pagar aluguéis caríssimos para abrigar as suas secretarias, autarquias e diretorias.
A propósito, o prefeito Juscelino Roque, de Diamantina, inaugura hoje, 28, a nova sede da prefeitura de lá, no antigo e imponente prédio da Companhia Industrial de Tecidos, no bairro Rio Grande.
Um ótimo exemplo!