“E VERBO DE DEUS SE FEZ CARNE E ARMOU SUA TENDA ENTRE NÓS” Jo 1,14.
Enchemos de luzes e refazemos a esperança. É Natal! Sonho do verbo encarnado se torna um de nós.
As cidades maquiam a realidade e se enfeitam piscas coloridos. As casas se enfeitam de luzes e beleza. As famílias se reúnem ao redor da árvore com seus presentes. O comércio alegra-se e festeja, o natal! Fartamos em abraços e desejos de natal. Comamos e bebamos na voracidade dos embriagados do natal.
O natal acontece em cada esquina, o ano todo. Todo dia tem um presépio armando a sua morada entre nós. Todo dia nasce uma criança nas esquinas da vida!
Clareia o céu em Gaza, são luzes das munições de fósforo branco. Os palestinos enfrentam balas explosivas e perigosas bombas de gás, banhando com o seu sangue o chão da terra querida. As balas e bombas tem seus alvos preferidos: são mulheres, crianças e hospitais! Todo dia morre uma criança!
Tropas de assalto deram se contra Ucrânia, na insensatez da Rússia. Misseis iluminam os céus. Não são luzes de Natal! Um rastro de destruição marca a vida daquele povo. Sobrou lagrimas a esperança.
Todo dia tem uma criança sem manjedoura!
O Sudão vive uma guerra terrível, mas a pior é a crise da segurança alimentar. Em Moçambique a instabilidade política leva a violência e a fome. O Haiti é violência e a fome!
Todo dia nascem crianças em meio ao caos!
O mundo globalizado fechou as suas fronteiras contra as crianças da terra. Não tem manjedoura, nem o regaço para sentir a pele!
No Brasil cresce a violência policial. E, jogaram um rapaz na ponte! E o bicho não era um cão, não era um gato, não era um rato. O bicho, meu Deus, era um homem.
Tais fenômenos podem revelar como somos desumanos com nossos e irmãos e irmãs.
Vivemos a crise de humanidade, onde as pessoas não olham para os lados, para ver o outro em suas dores, buscas e necessidades.
O natal de Jesus não são as luzes, arvore e presentes.
Muitas vezes, basta um olhar compassivo, uma palavra de consolo, um sorriso sincero, um lanche em comum, um toque na pele do outro para comunicar que somos irmãos e irmãs, expressões da mesma humanidade.
Então, é natal!