Aquilo que não é assumido não é redimido!
Um galo sozinho não tece uma manhã: ele precisará sempre de outros galos. De um que apanhe esse grito que ele e o lance a outro; de outro galo que apanhe esse grito e lance a outros galos e muitos galos…assim se tece a manhã! Inspirado em João Cabral de Melo, Tecendo a Manhã.
São múrmuros, sufocados e silenciados que se tornam gritos. O grito dos excluídos e excluídas é o lugar do seu grito, no Dia da Pátria: independência para quem? Fome e sede de que? Todas as formas de vida importam. Mas quem se importa?
Na inspiração “Tecendo a Manhã” lançamos o 30º GRITO DOS EXCLUÍDOS E EXCLUÍDAS 2024, com o tema: A VIDA EM PRIMEIRO LUGAR! Lema: TODAS AS FORMAS DE VIDA IMPORTAM. MAS QUEM SE IMPORTA!
Dom Francisco Cota, falando aos padres da nossa Diocese de Sete Lagoas, disse-lhes: “vocês não veem as mãos das pessoas durante a comunhão”. Mãos calejadas pelo trabalho, rostos sombrios já envelhecidos, corpos arquejados pela dureza de vida excluída dos bens da criação. Trazem consigo a esperança do bem viver e expressam na comunhão no Corpo Senhor – isto é o meu corpo, expresso no corpo dos excluídos e excluídas.
Vocês “não escutam” o tilintar das latinhas, na madrugada dos catadores de recicláveis. Trabalhadores da última hora! Serviço impar ao meio ambiente. São valorizados? Final do seu trabalho é o preço de “bananas”, nas mãos dos atravessadores. Chamados para o grito: pergunta se vão? Não! Nos olham com suspeitas.
Já prestaram atenção na vida que brota das margens! Nas margens dos condomínios? Em Sete Lagoas, aquele empreendimento aos pés de Santa Helena, foi uma afronta às fontes, fauna e flora: uma devastação – foram ousados com placa “diminua a velocidade, animais silvestres”, Flavio de Castro detectou essa falta de sensibilidade com a vida!
Grito das excluídas e dos excluídos espaço aberto, plural e de construção coletiva! Venha participar 07/09, a partir horas, na Praça da Bíblia!
Aquilo que não é assumido não é redimido!
