No último sábado, assisti à bela Festa Junina do Colégio Regina Pacis – Unifest 2024 – com a apresentação dos alunos dos níveis infantil, fundamental e médio. O evento chega aos seus 25 anos e traz a união das festas: Festa Junina, Festa das Famílias e Festa da Campanha da Fraternidade. Destacou-se a valorização da cultura nordestina ao som das músicas de Luiz Gonzaga – Asa Branca, São João na
Roça, Olha Pro Céu, Boiadeiro, Sabiá, Vida de Viajante, Forró das Crianças, Amigo Velho, Boi Bumbá e Qui Nem Jiló – que simbolizam alegria, amizade, encontros, espírito comunitário, reencontros, solidariedade e união, na oportuna síntese de Luciana Campolina Bastos de Souza, Coordenadora Pedagógica da instituição educacional.
A história do “Regina” começou no dia 15 de abril de 1931, data de sua fundação. Em “História de Sete Lagoas”, o saudoso JOVELINO LANZA relembra a mensagem feita pelo Monsenhor Messias de Sena Batista, então Vigário de Sete Lagoas, sobre a inauguração da Escola, dentre outras informações, a saber: “Levo ao conhecimento dos filhos e amigos de Sete Lagoas que, no dia 15 do corrente mês, no prédio onde funciona a seção feminina do Ginásio Dom Silvério, às 2 horas da tarde, será fundada a Escola Normal anexa à seção feminina do referido estabelecimento desta cidade, debaixo dos auspícios e valioso apoio do Exmo. Sr. Dr. João Batista Sigaud, DD. Prefeito Municipal, que inicia sua brilhante série de benefícios a esta futurosa terra, com o maior de todos eles e que constitui uma antiga aspiração do povo sete-lagoano. Surgindo a Escola Normal em pleno gozo da regalia de fiscalização oficial, terá, desde o início, o 1º ano fundamental para as alunas que vão começar esse curso e, bem assim, todos os anos do curso de adaptação e normal para os quais houver um número não inferior a dez, de candidatas transferidas de outros colégios para este”. (…) E, assim, terminava o referido boletim: “Feliz por ter a oportunidade de concorrer com minha pequenina valia para obra de tanto alcance, conto com as bençãos de Deus e espero as orações de todos”.
Consoante esse convite, realizou-se no dia anunciado – 15 de abril de 1931 – às 2 horas da tarde, no primitivo prédio do Grupo Escolar Dr. Arthur Bernardes, concorrida sessão magna, sob a Presidência do Dr. João Batista Proença Sigaud, Prefeito Municipal, tendo à sua direita o Revmo. Monsenhor Messias de Sena Batista. Por este foram explicadas as finalidades daquela reunião e fundada, sob vibrantes aplausos da seleta assistência, a Escola Normal Regina Pacis. Equiparada às Escolas Normais do Estado de Minas Gerais, tornou-se independente em janeiro de 1936, (…) quando a Revma. Irmã Ester do Preciosíssimo Sangue assumiu a direção do estabelecimento e a Revma. Irmã Maria Helena do Crucificado, a
secretaria. Já então funcionava a Escola Normal no antigo prédio da Praça Tiradentes, adquirido do Cel. Antônio Andrade e que outrora lhe servira de residência e casa comercial”. Em 1944, “a Irmandade Nossa Senhora das Graças, por sua Mesa Administrativa, doou à Escola o prédio e o terreno, onde já funcionava o antigo Hospital Nossa Senhora das Graças, e estabelecia, como uma das condições a serem observadas pelo educandário, a fundação imediata de um orfanato. Coube à Irmã Ester a execução desse dispositivo, inaugurando no dia 9 de julho do mesmo ano o Orfanato Regina Pacis, constituído com personalidade
jurídica e dirigido pela mesma Congregação”. Sua finalidade era “amparar e educar meninas pobres, órfãs desvalidas e especialmente as mais abandonadas”.
O Orfanato disponibilizava “os seguintes cursos: primário, religião católica, escola doméstica, corte e costura, bordados e tecidos, datilografia e adaptação. Ao ser instalado, o número de órfãs internadas era 12 e hoje ultrapassa 50”. Em 1948, foi instalado o “internato destinado às alunas do Ginásio e da Escola Normal, hoje lotado com, aproximadamente, 100 educandas” (JOVELINO LANZA, História de Sete Lagoas, pág. 128. Sete Lagoas: 1967. Edição Comemorativa do Primeiro Centenário da Criação do Município: 24-11-1867 – 24-11-1967). O Colégio Franciscano Regina Pacis continua, assim, a escrever um belo capítulo de nossa história.