Esporte no Brasil e no Mundo

Viagem do Benecy

04/12/20 - 16:18

Por Chico Maia

ECOS DO PASSADO - Ótimos tempos do Minas Esporte, programa mais longevo da TV mineira, que durou 30 anos no ar, na Band, de 12 às 14 horas, diariamente. Eu (esquerda) nos meus primeiros dois anos lá, em  1990, ao lado do Ramon Salgado, o entrevistado daquele dia, o hoje saudoso técnico Carlos Alberto Silva, Flávio Anselmo e o comandante do programa, Flávio Carvalho.

 

CHICO MAIA

Viagem do Benecy

Um dos repórteres mais brilhantes de uma era do jornalismo brasileiro, Sérgio Augusto Carvalho, nos deu a honra de entrar em contato para manifestar o seu estranhamento sobre a história contada pelo  diretor do Cruzeiro, Benecy Queiroz, de que o então presidente Felício Brandi teria recusado o Maradona para testes em uma excursão do time em 1976. Sérgio era da revista Placar naqueles tempos. Nos escreveu o seguinte: “Ei, Chico. Estou vendo no seu Blog o texto sobre o Benecy dizendo que Maradona foi oferecido ao Cruzeiro em 1976, que houve uma excursão...
Parece que o nosso Benecy está fazendo confusão.  Em 1975 não teve jogo na Argentina. Em 1976, o Cruzeiro só disputou a Libertadores; o técnico era Zezé Moreira, que começou no clube em 1975, ganhando o Campeonato Mineiro. Não o Ilton Chaves.

O Benecy era preparador físico, com o Antônio Lacerda!

Não existiu nenhuma “excursão” pela América do Sul em Agosto. O título da Libertadores (eu fui a TODOS os jogos - menos o do Inter em Porto Alegre) foi ganho em 31 de julho, em Santiago.

O Maradona era um garoto de 16 anos. Morava num bairro afavelado de Buenos Aires, era “juvenil” do Argentino Juniors e já estava comprometido com o Boca Juniors. Eu e o fotógrafo JB Scalco (gaúcho) estivemos lá e a Placar publicou uma matéria assinada pelo Divino Fonseca mostrando quem era o futuro fenômeno porteño, Maradona.

Eu cobria o Cruzeiro direto. Nunca houve essa conversa na Toca. O jogador que chegou a interessar ao Carmine Furletti era o Alonso, do River Plate. Deu em nada.

Naquele ano o Cruzeiro só disputou amistosos contra times europeus, numa viagem de 26 dias (agosto) à Espanha (4V, 2E e 2D).
Não sei de onde ele tirou essa conversa sobre Maradona!!!

Coisas do Bené...”
 
Mais detalhes
Em outra mensagem sobre o assunto, o Sérgio Augusto acrescentou: “O Ilton Chaves foi técnico da Seleção Mineira que representou o Brasil na Copa América/75 e que, no final, foi dirigida pelo Oswaldo Brandão e “abrasileirada’ com alguns jogadores paulistas. O Ilton e o Telê foram auxiliares do Brandão. No Cruzeiro ele foi substituído por Zezé Moreira em agosto de 1075.
Ronaldo Nazaré, que era o médico do clube na época, me ligou dizendo que “o Benecy tá doido”. Isso nunca aconteceu.
O filho do Plinio Barreto (saudoso jornalista e autor do principal livro sobre a história do Cruzeiro), Marco Vinicio, confirmou o “erro” do Bené...”
É isso aí. Está explicado. No mais, obrigado ao Sérgio Augusto Carvalho, grande jornalista, gente da prateleira de cima da imprensa nacional, em que me inspirei para me tornar, pelo menos, um repórter razoável.


Apito amigo 
O árbitro paraense Dewson Fernando Freitas da Silva ajudou o Cruzeiro matar o clássico nos primeiros minutos de jogo. Aos seis deixou de  dar pênalti para o América, quando a bola pegou na mão do Adriano e ele mandou seguir a partida. Aos 13, Pottker se jogou contra Messias e o apitador, sem pestanejar, correu pra marca do pênalti. Com 1 a 0, o América desnorteado pelos dois lances absurdos, e Lisca expulso, o Cruzeiro passou a administrar. Aos três do segundo tempo, Manoel, de cabeça, fez 2 a 0. O América foi para cima, mas os comandados do Felipão suportaram bem a pressão e o time ganhou mais três pontos na Série B.
 
Ruim de serviço ou coisa pior
Até o ex-colega de apito do Dewsson, atual comentarista de arbitragem da Globo, Paulo César de Oliveira, deu bomba nele nos dois lances que decidiram o jogo contra o Coelho.
Que este Dewson seja apenas ruim de serviço mesmo, porque o histórico dele não o recomenda como árbitro de primeira linha. Ano passado ele perdeu o escudo dele da Fifa, que detinha desde 2015, por erros cometidos em suas atuações.
 
Ação e reação na noite
Torcedores do Atlético fotografaram e ameaçaram jogadores que estavam curtindo as noitadas de Belo Horizonte em momento errado. Dylan Borrero e Marrony numa boate em Contagem, Allan e o chileno recém chegado Vargas, num dos mais conhecidos bares da divisão de Belo Horizonte com Nova Lima.
Quando a paixão entra em cena é difícil controlar. O ambiente do futebol é cada vez mais explosivo e quem tem o mundo da bola como profissão precisa ficar 100% ciente que será cobrado de alguma forma.
 
 Turmas de folgados
O Atlético está certo em avisar que vai tratar o assunto internamente, pois não pode tumultuar o próprio ambiente em momento tão importante da temporada. Mas, precisa ser o mais rigoroso possível na exigência que os seus profissionais se cuidem e se preservem. Comissão técnica e jogadores são muito bem remunerados para dar o retorno que o clube almeja. O profissionalismo tem que ser em via de mão dupla para que as duas partes sejam felizes. E cada um arca com as consequências dos seus atos.

Obrigações da profissão
Noitadas são problemas em qualquer época para um time de futebol, ainda mais numa pandemia horrorosa como a que o mundo está vivendo. Atleta de alto rendimento precisa do corpo em sua plenitude com reflexos apurados. O assunto é muito sério, há interesses demais em jogo e tem que haver respeito à instituição. Neste contexto, o torcedor faz parte do clube e defenderá ardorosamente o seu lado.
 
 
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Time Master feminino de vôlei da cidade que mantém viva a tradição do excelente voleibol que  Sete Lagoas já teve, atuando duas vezes por semana. Da esquerda para a direita: Marcão, Sô Chico, Denise, Rejane, Gleicy, Krystine, Kátia, Lilian, Alessandra e Cristina; Elaine, Leila, Júnia, Silvia, Marília, Liu e Eneida.
 

Chico Maia

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