Sete Dias Indica

The Batman - Um filme desnecessário

05/05/22 - 12:15

Robert Pattinson caracterizado como Batman para novo filme - Divulgação
Robert Pattinson caracterizado como Batman para novo filme - Divulgação

Por Sétima Arte

imagem*Wellberty Hollyvier D’Beckher
Formado em artes cênicas pela UFMG, pela faculdade do Rio de Janeiro em crítica e análise de filmes, além de cinéfilo desde os 10 anos de idade.

Depois de Adam West, Michael Keaton, Val Kilmer, George Clooney, Christian Bale e Ben Affleck chegou a vez de Robert Pattinson dar vida ao vigilante de Gotham City. Mas eu pergunto: depois da trilogia do Christopher Nolan, tão emblemática, para que um novo Batman? O diretor Matt Reeves tentou fazer uma reinvenção do herói, mas não colou, a tentativa de fazer um Batman,  mais detetivesco como nas HQs dos anos 70 e 80 se mostrou uma escolha equivocada, já que o filme é extremamente lento e longo, três horas de duração, para entregar uma história rasa e folhetinesca, nada na história do longa empolga.

O Charada que era para ser um vilão icônico em nada lembra sua persona dos quadrinhos, pensei que nunca diria isso, mas deu saudades do Charada do Jim Carrey, porque este, é muito genérico, tentar adaptar o personagem para um mundo mais real, esquecendo suas origens e características, enfraqueceu a trama, Paul Dano é talentoso, e se entrega ao personagem, mas nem isso foi suficiente. O pinguim interpretado com maestria na década de 90 por Danny De Vito, aqui ganha uma roupagem que em nada lembra o personagem, com De Vito era só olhar uma vez que reconhecíamos o personagem. Neste longa ele precisa ser apresentado, de tão genérico, ficou irreconhecível, e o que dizer da Mulher Gato? Sua cena tomando leite rodeada de gatinhos é para dizer o mínimo é patética, não dá para comparar com a Mulher Gato interpretada magistralmente por Michelle Pfeiffer no longa de Tim Burton.

Tudo neste filme é cansativo, sua trama parece andar em círculos, o Charada vai matando pessoas importantes de Gothan deixando mensagens para o Batman e só isso, a Mulher Gato, assaltante de joias e garçonete de uma boate frequentada por pessoas importantes da cidade, tenta ajudar o mascarado, e é claro um romance acontece, mas muito forçado, Zoe Kravitz não tem a sensualidade necessária para a personagem, e o fato de o elenco principal ser muito jovem, só complica as coisas, Robert Pattinson, não tem a virilidade necessária exigida para o personagem, depois da saga Crepúsculo, o ator fez boas escolhas de filmes e conseguiu se desvencilhar da caricatura de vampiro por ele interpretado, mas falta ao ator carisma, seu Batman e seu Bruce Wayne carecem de personalidade, de identidade.

Tecnicamente o filme é bom, sua trilha sonora é agradável, a paleta de cores interessantes, os poucos efeitos especiais, são bem feitos, por outro lado, temos o pior uniforme do herói já feito, e um Batmovel horrível, que tem uma turbina, mas mal consegue perseguir um sedan normal, a roupa da Mulher Gato é brega, tenta ser sexy, mas na verdade é vulgar, as cenas de luta são outro ponto fraco do filme, mal coreografadas, escuras e pouco inspiradas, o ápice do filme, que era para ser o ponto alto, revela toda fragilidade do roteiro, com diálogos sofríveis, e interpretações caricatas.

No final do filme vem a pergunta que não quer calar, precisávamos mesmo dessa versão teen de um dos mais queridos heróis da DC? Eu achei o filme um caça níquel, a Warner quis faturar uns trocados e decidiu fazer essa bomba, confesso que para mim os melhores filmes do herói foram os dois dirigidos por Tim Burton, os mais fieis as HQs, a trilogia do Christopher Nolan é superestimada, o primeiro é ruim, o segundo é apenas bom e o terceiro decepcionante, mas é isso aí, o filme deixa um gancho para um segundo filme, tomara que vejam os erros deste, e melhorem para um eventual segundo. 

O longa pode ser visto na HBO MAX nota do filme 4/10.

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