Saúde Bucal

MAU HÁLITO: CONDIÇÃO QUE POSSUI TRATAMENTO

23/06/23 - 10:19

Por Dr. Gustavo Oliveira Rodrigues

O termo Halitose tem origem latina, em que “hálitos” significa ar expirado e “osis” uma alteração patológica, definindo assim uma condição ou alteração do hálito, podendo ser classificada como fisiológica ou patológica, no entanto, ambas são caracterizadas por um hálito desagradável emitido pela expiração. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), é considerado um problema de saúde pública, visto que afeta cerca de 40% da população mundial. 


Existem muitas causas clínicas associadas à halitose, em que a sua origem pode ser intraoral ou extraoral, sendo mais de 80% dos casos originados na cavidade oral. O uso de certos medicamentos, distúrbios gastrointestinais ou neurológicos, e doenças sistémicas (como a diabetes, por exemplo) fazem parte das causas extra-orais desta patologia; a sua principal causa é a decomposição da matéria orgânica, provocada por bactérias da cavidade intra-oral, podendo, também, estar associada a biofilme dentário, a uma má cicatrização tecidual após cirurgia, a próteses mal-adaptadas ou mal higienizadas, a língua fissurada, a processos cariosos, a alterações na composição da saliva, placa bacteriana, gengivite etc.... Outra causa comum de halitose são os intervalos em jejum prolongados.


É uma patologia que afeta de igual modo o gênero masculino e feminino. O hálito desagradável ao acordar é considerado fisiológico, pois é devido à hipoglicemia, à redução do fluxo salivar durante o sono e ao aumento dos microrganismos anaeróbios, devendo assim ser distinguido da halitose propriamente dita. O cigarro também pode causar mau hálito pois, o odor, pode permanecer por mais de um dia após fumá-lo e o fumo do tabaco contém compostos voláteis de enxofre, que são responsáveis pelo mau hálito de fumadores, além do fato de o tabaco também predispor a hipossalivação e doença periodontal que também são causas da halitose.
O desconhecimento sobre como prevenir halitose permite a sua ocorrência, limitando a qualidade de vida. Tais problemas poderiam ser sanados facilmente por meio da educação em saúde, pois a etiologia da halitose concentra-se basicamente na boca.


O diagnóstico pode ser realizado através de uma anamnese criteriosa e um minucioso exame clínico em busca dos possíveis fatores que contribuíram para o estabelecimento da condição; uma das dificuldades encontradas para um diagnóstico assertivo é o entendimento que o próprio paciente possui da halitose, visto que na maioria dos casos o indivíduo se adapta ao seu mau hálito. Além disso, verifica se que a identificação da problemática se dá no convívio com outras pessoas, dado que a influência delas ajuda o paciente a procurar tratamento. 
A halitose é considerada, portanto, uma condição multifatorial e multidisciplinar que requer uma maior atenção e posterior comunicação entre os profissionais das diversas áreas da saúde. Como o cirurgião-dentista é o profissional que mais tem familiaridade com a boca, é importante que seja o primeiro profissional a avaliar pacientes com halitose para tratar causas de fatores locais, se existentes. Embora alguns tipos de halitose possam ser tratados apenas com a atuação do Cirurgião Dentista, para resolução dos casos mais complexos é fundamental que haja uma interação das áreas médica e odontológica.

Dr. Gustavo Oliveira Rodrigues

Prótese, Estética e Ortopedia Funcional dos Maxilares

Veja Mais