Por Amauri da Matta
Nossa História
A NOSSA HISTÓRIA: SETE LAGOAS: Nascida para o Mais Alto! (II)
“Ad autiora nata.” Essa expressão latina está gravada no Brasão D’Armas do Município de Sete Lagoas. “Nascida para o mais alto” é o seu significado. Como deve ser e merece Sete Lagoas.

Esse símbolo de nossa cidade – lembra JOVELINO LANZA, em sua “História de Sete Lagoas” – foi criado por Dom Daniel Tavares Baêta Neves, DD. Bispo Diocesano, Dr. Wilson Veado, MM. Juiz de Direito da 2ª Vara da Comarca de Sete Lagoas, Dr. Afrânio de Avelar Marques Ferreira, DD. Prefeito do Município de Sete Lagoas, Jovelino Lanza, Diretor do Departamento de Educação, Saúde, Assistência e Cultura da Prefeitura e Ronald Fernandino, Desenhista do IPEACO, por ocasião das comemorações do Centenário do Município. O brasão foi aprovado pelo Decreto Municipal nº 136/1967, e homologado pela Câmara Municipal, através da Resolução nº 54/1967.
Vamos entendê-lo? “COROA: a coroa mural que encima o escudo é o símbolo da cidade, caracterizada, nessa significação, pelas cinco torres, sendo o metal de prata. ESCUDO: o esmalte vermelho do escudo representa o mérito, a intrepidez, a coragem, o ânimo valoroso, o espírito decidido, características de natureza moral, que têm decidido, através dos tempos, o homem das sete lagoas, construtor da grande cidade de Sete Lagoas, lado a lado com o de outras terras e de outras nações. CORRENTE: a corrente de preto simboliza a escravidão que se rompeu, num momento de cristã grandiosidade, e por isso ela é mostrada com o elo central rompido, que é para significar que Sete Lagoas é terra em que se ama a Liberdade. (...) ESTRELA: a estrela de ouro sinistrada representa a Lagoa Paulino, assim destacada em razão de sua posição privilegiada em pleno centro da cidade, sempre erigida em memorial de Sete Lagoas, enquanto as seis estrelas adestradas, também de ouro, são a visualização das outras seis lagoas: Chácara, Cercadinho, Catarina, Zé Félix, Matadouro e Boa Vista. ECONOMIA: o ramo do algodoeiro e as duas canas arrancadas, ambos de verde (sinopla) recordam a origem primeira da economia de Sete Lagoas, estadeada precisamente na cultura desses dois vegetais. O verde, na simbologia heráldica, fala da esperança, da abundância e da fertilidade, enquanto o branco do algodão em flor é bem o símbolo da paz e da fé, anseio e característica expressiva da gente sete-lagoana. FAIXA INTERIOR: a faixa inferior, de branco, contém o dístico que marca os instantes das lutas, das pelejas, sempre buscando alcançar os planos mais altos do progresso material e, principalmente, as conquistas superiores da Espiritualidade e que tão bem se concretizam nas mostras de respeito à ordem, à lei, aos ditames da religião da parte de cada cidadão de Sete Lagoas. AD ALTIORA NATA, ou seja, em vernáculo, “nascida para o mais alto”. METAL: o metal ouro das estrelas representa a riqueza, o amor, a honra. O metal prata da coroa mural simboliza a inocência, a candura, a lisura e a honestidade” (JOVELINO LANZA, obra citada, pág. 05).
Um dos criadores do brasão – o ilustrador e desenhista Ronald Fernandino – contou emocionado: “Sinto-me um imortal porque realizei uma obra para toda a vida” (...). Foi em 1967 que “o então prefeito da cidade, Afrânio Avelar, fez a encomenda ao artista. Fernandino, hoje com 86 anos de idade, lembra que o Executivo deveria ter colocado em concurso a elaboração do brasão, mas a falta de tempo até o aniversário da cidade fez com que o prefeito encomendasse a obra ao artista. (...) A única exigência de Dr. Afrânio, segundo Fernandino, foi que as economias da cidade fossem representadas. Algodão em flor e cana de açúcar foi o pedido do prefeito e a heráldica foi pedida por um advogado. A faixa branca embaixo com os dizeres Ad Altiora Nata que quer dizer nascida para o mais alto foi o bispo diocesano quem pediu. O resto deixaram comigo”, conta. O artista inseriu as sete lagoas oficiais representadas pelas estrelas e a corrente quebrada no centro simboliza a abolição da escravatura” (Jornal Boca do Povo, 12-09-2015, pág. 03). Ronald Fernandino faleceu cinco anos depois (14-09-2020). É mais um personagem ilustre a escrever um belo capítulo de nossa história!