Mesmo com o avanço das publicações digitais, cresce a venda de livros, principalmente infantis

04/09/18 - 11:32

O mercado livreiro cresceu 8,76% em volume e 14,28% em valor no 1º trimestre de 2018.

 

A internet mudou a forma como o mundo se relaciona e a cada dia novos setores e comportamentos são impactados. Este é um fenômeno irreversível, visto as facilidades, benefícios e recursos que a rede digital oferece. Entretanto, outras plataformas têm se reiventado para se manter atrativas neste novo cenários, como os livros em papel.

 

De acordo com o Sindicato Nacional dos Editores de Livros (SNEL), que apura apura as vendas das principais livrarias, e-commerce e supermercados no país, as vendas cersceram 8,76% em volume e 14,28% em valor no 1º trimestre de 2018, no comparativo com 2017. Mais curioso é que o segmento que mais cresce é o infantil, ou seja, de consumidores que já nasceram na era digital.

 

Entre as principais estratégias estão a diversificação de temas, novos canais de venda, interatividade com personagens de filmes e da própria web. 

 

O administrador e lojista Pedro Augusto Coelho é proprietário da Livraria 7 Páginas, no centro de Sete Lagoas.

Além da venda de livros novos, aluga, troca e até empresta livros usados para aqueles que demonstram grande interesse pela leitura.

 

Em seu acervo, possui cerca de 15 mil livros, além de CD’s, DVD’s e até disco de vinil.

Há 11 anos no ramo, lembra que começou com apenas mil obras.

 

Atento às novas possibilidades com a internet, não dispensa o recurso e também faz vendas pela Estante Virtual, uma plataforma digital, há nove anos. 

 

Em sua cartela de clientes há todos os públicos: de crianças a adultos.

“Atendo pessoas que buscam conhecimento e desejam se instruir e também aqueles que  já são instruídos e querem mais”, acrescenta.

 

 

Nova geração revela paixão pelos livros

O pré-adolescente e estudante Pedro Carneiro Campolina, 10 anos, é um dos novos clientes da Livraria 7 Páginas.

 

Como a maioria nesta idade, também adora videogames, segue diversos youtubers e acessa a internet diariamente.

 

“O que mais me atrai é a  a própria livraria. Tem tantos livros, tantas histórias”, revela.

 

Sobre o estilo preferido, Pedro conta que não tem um tipo de livro que goste muito mais do que outro, apesar de revelar uma pequena preferência pelas histórias de suspense.

 

“Leio histórias de filmes, quadrinhos, biografias, de tudo que acho legal”, conta.

 

A leitura proporciona ao estudante bons momentos e boas sensações.

 

”Eu me sinto em lugares diferentes. Às vezes silencioso, outras vezes barulhento, com muita ação ou investigativo”, conta o pequeno leitor.

 

Indagado a respeito do que mais gostou de ler até hoje, ele diz que “gostou de muitos e ainda tem muitos que quero ler, mas acho que não tem como ser mais especial e melhor do que o primeiro livro sem ilustrações que já li: EXTRAORDINÁRIO”, lembra.

 

“Minha mãe disse que eu só poderia ver o filme depois de ler o livro. Adorei a experiência”, conta.

Na escola, Pedro reconhece que a leitura traz benefícios, principalmente nas  disciplinas de Português e Redação. 

 

 

O prazer em escrever e a emoção do primeiro livro

A sete-lagoana Janette Aparecida dos Anjos Gonçalves é escritora.

 

As letras sempre estiveram presentes em sua vida. Desde quando exerceu a Pedagogia, passando a atuar durante 20 anos com educação profissionalizante de Jovens no programa Jovem Aprendiz no SENAC, Recentemente, lançou em Sete Lagoas o livro “A menina e a chuva.”

 

“Gosto muito de ler, escrever é um hobby que tenho há muito tempo e gosto de registrar meus pensamentos e ideias”, revela a escritora.

 

”Eu praticamente registro tudo em um caderno ou agenda. Depois vou criando histórias e deixando a imaginação fluir”, conta.

 

Feliz, comemora a oportunidade de publicar o primeiro livro infantil.

 

“Tenho outros livros escritos e já avaliados pela Editora Chiado Books, e se tudo correr bem, espero poder publicar pelo menos um livro por ano. Encontrei dentro de mim a motivação para ler e escrever”, antecipa.

A opção de escrever para o público infantil mostra o lado ainda mais sensível e criativo de Janette Gonçalves. ”Podemos falar com a alma, e escrever como gostaríamos de ler, se fôssemos crianças.”

 

Questionada se é possível escrever e acreditar em livros em plena era digital, a escritora garante que sim.

”O cheiro de livro novo, para mim, não tem nada igual. Como é prazeroso abrir um livro e folheá-lo. Tocar um livro é divino”, enaltece Janette.

 

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