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FLÁVIO DE CASTRO: Fliaraxá, Araxá e Sete Lagoas

05/07/19 - 15:30

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A Fliaraxá, que ocorreu neste último feriado, chegou à sua oitava edição e consolidou-se como um dos maiores eventos literários do país. Não apenas é prestigiada por grandes escritores, como o é também, de forma ostensiva, pela população de Araxá. Fui lá conferir. 

 

Sobre Araxá, eu não a conhecia e não tinha grandes expectativas. É que li, tempos atrás, um ótimo livro de um amigo araxaense que tratava a cidade com certa ironia. Mas cai do cavalo: a cidade é belíssima! 

 

A região, por si, é muito bonita. E a localização geográfica da cidade permite que ela se beneficie da paisagem, com horizontes amplos e vistas alongadas que permitem, do centro da cidade, vislumbrar o desdobramento do tecido urbano até as suas cercanias rurais. 

 

Mas o que mais me impressionou mesmo foi o altíssimo nível de sua urbanização, com pavimentação, sinalização e edificações, calçadas e jardins públicos irretocáveis. Impossível não comparar, por contraste, com Sete Lagoas. 

 

Por que Sete Lagoas não consegue alcançar um mesmo patamar elevado de urbanização e vai, há anos, se degradando entre ruas esburacadas e praças e canteiros imundos? Uma primeira evidência salta aos olhos: Araxá parece uma cidade mais rica do que Sete Lagoas. 

 

É fato que o PIB de Araxá é um terço menor do que o nosso, entretanto, a sua população é metade da nossa, o que leva a um PIB per capita mais elevado. Nesse caso, Sete Lagoas tem o 83º PIB per capita estadual e Araxá o 35º. E mais, o salário médio mensal araxaense é o 17º maior de Minas e o nosso, apenas o 69º. 

 

Ou seja, socialmente, Araxá é uma cidade menos desigual do que Sete Lagoas. Isso parece fazer alguma diferença. Outra evidência talvez esteja no padrão das elites políticas. Por aqui, a gente tende a culpar as nossas lideranças pelo caos local. Quando olhamos as finanças municipais, elas dão certa razão a essa crítica: embora Sete Lagoas arrecade quase o dobro de Araxá, comparando a arrecadação por população, Araxá, proporcionalmente, leva uma vantagem sim, mas de pouco mais de 10%. 

 

Aí, convenhamos: a distância entre a beleza urbana de lá e a degradação de cá não se mede em míseros 10% em nenhuma régua. Dá até vontade de conhecer os políticos de lá pra saber se eles têm uma visão mais moderna de administração pública que dê origem a tanta diferença!