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ECOS ESPECIAL / CRUZEIRO 100 ANOS

08/01/21 - 13:56

Wanderley Eustáquio de Oliveira, Palhinha, um dos maiores da história do Cruzeiro e do futebol brasileiro
Wanderley Eustáquio de Oliveira, Palhinha, um dos maiores da história do Cruzeiro e do futebol brasileiro

Por Chico Maia

ECOS ESPECIAL/CRUZEIRO 100 ANOS

CHICO MAIA - Parabéns ao Cruzeiro pelos 100 anos, dia 2. Nesta foto, tempos de simplicidade, em que jogadores de futebol eram tratados e agiam como seres humanos comuns, apesar de jogarem muito mais que os metidos a “pop-star” atuais. Os clubes eram acessíveis, liberavam seus vestiários e todos os jogadores davam entrevistas, sem frescura, sem chatice. Nessa foto, entrevisto o Palhinha, sentado à beira da banheira do tradicional vestiário à direita das cabines do Mineirão, na segunda fase dele no Cruzeiro, em 1984, depois de ter passado pelo Corinthians, Atlético, Santos e Vasco. Encerrou a carreira no América, um ano depois.

Wanderley Eustáquio de Oliveira, Palhinha, um dos maiores da história do Cruzeiro e do futebol brasileiro. Cria da casa, sucessor de Tostão, quando este foi vendido para o Vasco. Jogava demais e sempre foi gente boa toda vida. Fundamental na conquista da primeira Libertadores da América do Cruzeiro, em 1976. Marcou 13 gols em 10 partidas, até hoje o maior artilheiro brasileiro em uma só Libertadores.

O Cruzeiro nunca deixará de ser gigante. O momento atual é muito ruim, mas vai passar, como tudo passa na vida. Muitos dos maiores clubes do mundo beijaram a lona e retornaram, mais fortes e maiores que antes. A minha homenagem ao clube cinco estrelas e à toda a nação azul espalhada pelo mundo. Tive o prazer e honra de cobrir o dia a dia da Raposa, pela Rádio Capital, nos tempos da Toca I. O presidente era o maior da história celeste, Felício Brandi, da prateleira de cima do futebol brasileiro, uma grande figura humana.

Atlético, de novo presidente e mudanças

Todo sucesso ao Sérgio Batista Coelho, novo presidente do Atlético, que já entrou promovendo mudanças no setor mais importante de qualquer grande clube, que é o futebol. Demitiu Alexandre Matos e contratou Rodrigo Caetano para o lugar. A partir de meados dos anos 1990 a figura do diretor de futebol ganhou super poderes nos clubes. A competência ou não deles, passou a ser atrelada ao sucesso ou ao fracasso do presidente e sua diretoria.

Maluf, pioneiro

Recém saído da presidência do Valeriodoce, de Itabira, onde fez muito boa gestão, Eduardo Maluf, foi lançado por Zezé Perrella, como o “executivo” do futebol do Cruzeiro. Deu certo. Maluf depois foi para o Atlético, retornou ao Cruzeiro e voltou ao Galo, levado por Alexandre Kalil, para um novo período de enorme sucesso. Infelizmente um câncer o levou precocemente, na gestão do Daniel Nepomuceno, que não conseguiu um substituto à altura. De lá para cá, seis passaram pela vaga no Atlético. Rodrigo Caetano será o sétimo.

O poder de um diretor desses

É um cargo de extrema importância e da confiança absoluta do presidente, que é quem sabe onde realmente dói o calo. O comandante maior do clube é quem enfrenta as consequências diretas do acerto ou erro da nomeação de alguém para essa função. Sérgio Coelho preferiu trocar. Se será melhor, só o futuro dirá. Alexandre Matos teve passagem rápida, ofuscada pelo treinador Jorge Sampaoli, que manda em tudo. Estes “executivos” de futebol passaram a ter uma valorização anormal, como se fossem grandes jogadores.

Deu certo no Galo e no Cruzeiro

Eduardo Maluf foi um dos pioneiros deste novo modelo de gestão, porém, diferentemente das novas gerações, tinha ligação total com os presidentes com os quais trabalhava. Dividia as responsabilidades e dava 100% de satisfação a Zezé/Alvimar Perrela, no Cruzeiro, e a Alexandre Kalil, no Atlético. Não fechava nenhum negócio sem a autorização e supervisão dos mesmos. Estes atuais executivos chegam com plenos poderes. Recebem as chaves das sedes administrativas e dos centros de treinamentos. Muitas vezes fazem contratos difíceis para quem conhece um mínimo de futebol entender.

Força e mistério

Tornou-se comum, pernas de pau serem dispensados ou terminar seus contratos, recorrerem à justiça e ganhar fortunas, graças a cláusulas estranhas, que geram brechas para bons advogados trabalhistas deitar e rolar. Mistérios do futebol “comercial”, moderno, que passam batidos do grande público, que só quer saber da bola rolando, no embalo dos interesses de grande parte de repórteres, comentaristas e empresas de mídia, que têm patrocinadores diretamente ligados aos clubes, dirigentes, empresários, jogadores e etecetera e tal.

Confraria

Estes novos “executivos” da bola, são todos amigos entre si, com algumas exceções. Frequentam os mesmos cursos de formação existentes, têm formas de trabalho muito parecidas, trocam informações permanentemente entre eles e não deixam os amigos na mão. Raramente algum integrante deste fechado círculo fica desempregado. Raramente um fala mal do outro publicamente. Se indicam para os futuros patrões. Uma grande ação entre amigos, mudando de clubes com bastante frequência.

A maioria dos flamenguistas que conheço não sente nenhuma saudade do Rodrigo Caetano. Com dinheiro sobrando, montou um grande time e o entregou para Abel Braga dirigir. Deu com os burros n´água. Tomara que, caso o Sampaoli saia algum dia, por qualquer motivo, não traga o Abel como sucessor.

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O ano começou também com a comemoração em família do aniversário da pessoa mais querida das nossas vidas: minha, meu irmão Gilmar (esq.) e minhas irmãs Edilse e Dirce. Nossa mãe, Terezinha, jogando “Bingo”
e tomando uma cerveja, já que ninguém é de ferro. À direita, o genro Nonô.

Parabéns e muita saúde a ela e a todos os senhores e senhoras,
que prestigiam o SETE DIAS, entra ano, sai ano!
Legenda

Chico Maia

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