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Érika Nogueira: Fale, mas fale com cuidado
É engraçado como algumas pessoas criam o hábito de guardar e acumular coisas. Inclusive sentimentos. Guardam tudo e não se desfazem de nada. Enquanto uns acumulam sem necessidade o que é material, muitos passam um sufoco danado por terem menos que o básico para sobreviver.
Felizmente, o que é material está ao nosso alcance de resolver. Basta a gente se colocar no lugar do outro para percebermos que, muitas vezes, o que temos em excesso, é mais que suficiente para aqueles que têm pouquíssimos recursos.
Difícil mesmo é saber o que fazer com tantos sentimentos amontoados dentro de nós. Amontoar é o mesmo que acumular em grande monte e sem ordem. O resultado disso é uma confusão interna que somente uma boa terapia é capaz de resolver. Mas como muitas pessoas são resistentes a esse método, eu tenho uma sugestão que costuma funcionar quando não sabemos como reagir diante dessa desordem íntima: falar.
Fale tudo que estiver sentido. Não guarde o que te faz mal, se livre do peso de culpas que te foram impostas. Fale, mas fale com cuidado porque palavras ficam registradas no subconsciente das pessoas e dependendo do caso, acabam se voltando contra nós.
É a palavra que afirma e reafirma os sentimentos. Sejam eles bons ou ruins. A palavra sai da boca acompanhada de uma energia que também pode ser boa ou má. Por isso é preciso assumir a responsabilidade de tudo que pronunciamos.
Quando falamos o que nos deixa tristes e magoados, nos livramos de um peso difícil de carregar e consequentemente tornamos nossas vidas mais leves.
Falar ajuda a colocar os sentimentos em ordem. Passamos a entender o que realmente importa e com isso nos desfazemos de certas ilusões que infantilmente temos mania de criar.
Sejamos conscientes da forma como nos expressamos. Podemos ser firmes em nossas palavras, porém, indelicados jamais.