Inglês, uma língua cada vez mais mundial

A professora Juliana Flister conta que a procura de novos alunos tem crescido exponencialmente em Sete Lagoas por uma exigência do mercado

02/08/22 - 18:00

Celso Martinelli

A demanda e valorização do Inglês como segunda língua vem sendo cada vez mais percebida nos últimos anos. Para entender melhor esse fenômeno, entrevistamos a educadora Juliana Flister. Professora há 20 anos e proprietária da escola que leva seu nome, ela nos conta que a procura de novos alunos tem crescido exponencialmente. Segundo ela, em Sete Lagoas, o fato de termos muitas empresas multinacionais instaladas na cidade, faz com que a demanda aumente, já que muitas reuniões são conduzidas em inglês, que se tornou uma língua franca. “Comece já! Amanhã é nunca e o mercado de trabalho não vai esperar você ter as condições ideias para se aprimorar”, afirma. 

O que é uma língua franca? 
Língua franca é aquela que, em uma situação que se reúnem pessoas de diferentes origens, será utilizada para a comunicação. Um exemplo claro disso está nos aeroportos. Em qualquer lugar do mundo, toda a sinalização é feita na língua local e em inglês.

Qual é o cenário do inglês no mundo?
Cerca de 10% da população mundial fala inglês, considerando-se nativos e não nativos. É um contingente muito grande de pessoas.

E qual é a situação no Brasil?
Pesquisas recentes apontam que apenas 1% da população brasileira é fluente em inglês, ou seja, estamos muito atrás da média mundial.

Do ponto de vista profissional, qual é a vantagem em ser fluente em inglês? 
Os números mostram que profissionais que dominam a língua tem salários até 60% maior que os demais.

Além dos motivos profissionais, quais são os outros que fazem as pessoas procurarem pelo curso?
O crescimento no trabalho é o principal, mas também recebo alunos que desejam viajar, que querem entender melhor o vocabulário dos games, que querem assistir suas séries favoritas sem legenda ou até mesmo para ter uma atividade semanal que o faça exercitar o raciocínio.

Qual é a razão para que a língua inglesa tenha alcançado esse status?
Podemos enumerar inúmeros motivos, mas os principais são: a colonização dos países pela Inglaterra, a hegemonia econômica dos Estados Unidos e o fato de que a linguagem utilizada em tecnologias é toda em inglês.

O que há de novidade no ensino de língua inglesa?
A maior novidade foi a adoção da modalidade de ensino remota, o que até algum tempo atrás era considerada improvável. Já havia a oferta, mas a demanda explodiu durante a pandemia. Algumas pessoas se adaptam bem e outras nem tanto. Outra questão importante é o entendimento da necessidade de diferenciar os métodos de ensino entre crianças e adultos. Para crianças, há os professores alfabetizadores, que alcançam resultados incríveis. Para os adultos, a percepção de que não é um “pecado” recorrer à tradução em algum momento, já que sua língua materna (ou nativa) não é o inglês. O que não se deve é usa-la como ferramenta exclusiva de comunicação. A ideia de que o ideal era que aluno pensasse em inglês se tornou ultrapassada.

Qual é a maior dificuldade que você percebe em seus alunos?
A maioria dos meus alunos tem uma certa dificuldade na conversação. Não porque eles não saibam, mas porque precisam desenvolver a autoconfiança e perder o medo de errar (que muitas vezes eles trazem de experiências anteriores). Trabalho muito isso com eles em sala e sempre digo: se comunicar em outra língua exige um certo nível de “cara de pau”.

Aula particular ou aula em grupo, o que é melhor?
Cada caso é um caso. Se a pessoa tem uma demanda muito específica, ou seja, precisa aprender com uma ênfase em negócios por exemplo, a recomendação é aula particular. Também recomendo aula particular se o aluno tem uma dificuldade particular, por exemplo. Mas o ideal, uma vez sanadas as dificuldades, é que o estudante faça aula em grupo, para poder praticar a interação e a comunicação. Na minha escola eu só trabalho com a modalidade particular.

Muitas pessoas alegam que não estudam inglês porque os cursos são caros. Essa informação procede?
Sim e não. Vou explicar os motivos. Estudar o que quer que seja nunca é uma despesa, é um investimento, porque presume retorno. É claro que às vezes não cabe no orçamento familiar e aí há algumas alternativas, que não são as ideais, mas são muito melhores do que não estudar, como por exemplo aplicativos, vídeos no Youtube, enfim, existem uma série de recursos que permitem o estudo de maneira autônoma. Há também ONGs que oferecem curso de língua de forma gratuita. O que não dá é pra ficar parado esperando pela condição ideal para começar.

Alguma dica para quem está pensando em começar a estudar inglês?
Visite as escolas ou os professores particulares, converse com alunos, dê uma olhada no material, veja onde você se sente mais confortável. Corra de escolas ou professores que sejam muito mais baratos que os outros e também de quem prometer fluência em determinado período de tempo. O processo de aprendizagem é absolutamente individual e afirmar que a pessoa estará fluente em X tempo é uma temeridade.

Alguma dica para quem já está estudando inglês?
Constância! Mantenha-se firme! Não deixe para estudar somente no momento da aula. Mantenha contato com o idioma diariamente, através de música, filmes e séries (legendados), podcasts, etc. Faça as atividades extras! Isso ajuda muito na evolução do aprendizado. Na primeira dificuldade, a não ser que tenha acontecido uma coisa grave, não troque de escola e/ou professor. Persista!

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