Caramelo - “Converso e articulo com diferentes segmentos e linhas de pensamento”

24/12/21 - 11:00

Caramelo (PP), ex-presidengte da Câmara e atual presidente da Fumep.
Caramelo (PP), ex-presidengte da Câmara e atual presidente da Fumep.

Celso Martinelli

O ex-vereador e ex-presidente da Câmara Municipal, Cláudio Caramelo (PP), ocupa atualmente a presidência da Fundação Municipal de Ensino Profissionalizante (Fumep). Com o desafio de formar profissionais técnicos para atender Sete Lagoas e região, nos mais diferentes segmentos, Caramelo também não afasta os olhos da política. Em 2022 tem eleição para deputado – estadual e federal - e sua intenção é concorrer, desde haja consenso por seu nome no grupo liderado pelo prefeito Duílio de Castro.

SD - Caramelo na Educação, no comando da Fumep: como está sendo na nova função e o papel da instituição no sentido de gerar mão de obra pronta para o mercado de trabalho?
É um desafio muito interessante, sou ex-aluno da Escola Técnica. A Fundação Municipal de Ensino Profissionalizante (Fumep) hoje é sustentada por três pilares: a Escola Técnica, o Centro Regional de Artesanato (Cramam) e o polo da Universidade Aberta do Brasil (UAB), que abriga cinco universidades federais. 

Temos 10 cursos profissionalizantes na Escola Técnica, que prepara profissionais para atender Sete Lagoas, região e toda sua cadeia produtiva. Na pandemia o desafio é manter o nível de ensino alto e trazer cursos de menor duração, bem como fechar parcerias com Prefeituras da região. 

Já o Cramam tem importância ímpar na nossa cidade, foi criado pelo ex-prefeito Marcelo Cecé e passou por dificuldades com a pandemia. Agora estamos retomando as atividades com os cursos de cabelereiro e tricô. Mas vai ampliar, já que contaremos com parceria com o Senac e também com uma emenda parlamentar de R$ 400 mil para a reforma da unidade, um desejo do prefeito Duílio de Castro.

Já o polo UAB, em parceria com o governo federal, oferece diversos cursos de graduação e pós-graduação. É preciso divulgar mais, tanto para Sete Lagoas como toda região, que temos cursos de graduação gratuitos, de cinco universidades federais: UFSJ, UFMG, Universidade de Juiz de Fora, de Lavras UFOP, de Ouro Preto. Aguardamos a divulgação por parte do governo federal dos cursos de 2022 para lançarmos o processo seletivo.

Qual o nível de empregabilidade para quem tem formação técnica?
Já teve o tempo em que o país focava muito na importância de entrar para uma universidade e se graduar, com os cursos técnicos aparecendo como uma segunda opção. Mas hoje não, muitos estudantes preferem se formar em um curso técnico para garantir o emprego em área específica e de alta demanda, deixando muitas vezes a graduação ou uma extensão para depois. O curso de Enfermagem, por exemplo: a demanda por este profissional de nível técnico está altíssima, o que nos faz acelerar os processos de estágios para preencher essas vagas. Há estagiário que já conclui o estágio empregado. Vamos oferecer cursos que atendam demandas mercadológicas de Sete Lagoas e região. Estamos em contato com o MEC para podermos oferecer uma formação que seja importante para a região.

Vamos falar de política: tem saudades da Câmara Municipal, de lidar com o público, já que não conseguiu ser reeleito no último pleito? Você voltará a se candidatar?
Como vereador, depois que passou a derrota, me sinto tranquilo para afirmar que dei minha parcela de contribuição para Sete Lagoas e o Legislativo. Mas quando entramos no mundo político, dificilmente saímos por completo. Hoje pertenço ao grupo do atual prefeito e, com certeza, meu nome será colocado para futuras eleições, seja para deputado ou até mesmo à sucessão municipal. Candidatura não é apenas de si próprio, mas de um somatório de coisas, como o apoio do grupo em que está inserido, da aceitação popular, de mostrar trabalhos realizados e o que tem a oferece. Então é um processo complexo até chegar à definição de um nome. Estamos reunindo, cerca de 10 ex-vereadores, para que tenhamos um consenso. Acredito que Sete Lagoas tem condição de eleger um federal e dois estaduais. A ideia é unir o grupo e, norteados por pesquisas e outros fatores, definir o menor número de candidatos possíveis. O momento é de unir a cidade.

O que deu errado na eleição anterior para vereador?
Quando assumi a Prefeitura de Sete Lagoas com a renúncia de Leone Maciel, era esperada a realização de uma eleição extemporânea que acabou não acontecendo. Desta feita, meu grupo estava concentrado na eleição para prefeito, mas que na última hora não teve. Quando retomei o trabalho para candidatar a vereador, várias pessoas que inclusive integravam o meu grupo de apoio, já haviam decidido ser candidatos, o que também dificultou nessa caminhada para ser reeleito.

A vaidade, às vezes, prejudica na busca deste consenso?
A pessoa tem que se despir de toda vaidade e buscar o coletivo. O melhor caminho para tomar uma decisão sobre quem serão os candidatos é a pesquisa. É preciso saber a densidade eleitoral de uma candidatura. É preciso avaliar o perfil do candidato e ter o apoio do grupo. Mas garanto: um candidato sairá entre 10 ex-vereadores que pleiteiam ser candidatos a deputado estadual ou federal. O objetivo é que o candidato a ser definido pelo grupo, para estadual, largue com pelo menos 12 mil votos somente de eleitores de Sete Lagoas. Não dá para candidatar apenas para projetar o nome.

A política te trouxe desgaste, você circula tranquilamente pela cidade e não foge de diálogos com o público?
Já tenho mais de uma década na política e, durante todo esse tempo, tento seguir minha vida e manter o ciclo de amizades que conquistamos ao longo de nossa jornada. Hoje consigo conversar e articular com diferentes segmentos e linhas de pensamento. Desde o início da vida política, e principalmente como presidente da Câmara, tratava todos vereadores com igualdade, bem como as pessoas. Isso me deu fôlego para continuar com força na política. Agora assumi a presidência do Conselho Municipal de Cultura, eleito por unanimidade, mesmo sendo uma indicação do prefeito. Essa unanimidade se deu graças ao apoio da sociedade civil, que também foi representada. Nossa primeira medida foi alterar a lei que trata do Fundo Municipal de Cultura e enviar para a Câmara, para que o quanto antes ela comece a valer. Hoje existe o fundo, com recursos. No entanto, hoje não existe uma resolução que trata da utilização desse dinheiro, e queremos deixar bem isso claro para todos os interessados e também a população.

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